Há uma infinidade de links compartilhados hoje em dia, que valem ou não a pena ser lidos. Seguindo a tendência de outros sites (como o OENE e o Recorrido), começo hoje a compilar links interessantes sobre esporte em geral.
O melhor texto de esporte que li na semana foi essa entrevista com o Fred Vergnoux, técnico de Mireia Belmonte, nadadora espanhola medalhista olímpica. Uma aula de como é necessário se preparar absurdamente (mentalmente e fisicamente) para subir a um pódio olímpico e ser competitivo hoje em dia. Duas partes muito legais: quando ele falou da importância do sono para os atletas hoje em dia, que em sua visão é um dos principais detalhes sobre treinamento que ainda é inexplorado; e quando fala de seu método de treinamento de “tirar os atletas da zona de conforto“.
“A parte mais importante do treino é o descanso. Você não pode melhorar sua força se não descansa, não pode melhorar a velocidade nem competir bem. O descanso é cada dia mais importante, mas é um mundo ainda inexplorado, amador. É dito que antes da competição é necessária descansar mais e alongar mais, mas que alongamento? Dormir, quantos ciclos, a partir de que horas? E a siesta? Quarenta minutos, vinte ou dez? Isso é determinado com análise de sangue, do sistema hormonal de cada pessoa, monitoramento do que acontece com a pessoa enquanto dorme”
Vale muito a pena.
Começou essa semana o US Open, o quarto Grand Slam do ano. Um pouco antes do início da competição, o New York Times fez uma matéria sobre a questão do silêncio durante os jogos de tênis. Com declarações de Djokovic, Federer e Andy Murray, o repórter Ben Rothenberg comparou o US Open (mais barulhento) com Wimbledon e mostrou a disposição de alguns jogadores a um pouco mais de barulho durante os jogos.
Djoko disse:
“Quando vejo outros esportes, como NBA, vejo como é animado para a torcida ver os telões e como há entretenimento nos intervalos. Mesmo durante os jogos, você pode gritar, assobiar, fazer o que quiser”. Obviamente, ele depois pondera que há limites para isso, mas fala que especificamente nos intervalos é possível ter maior interação.
O tenista Ernests Gulbis foi uma das vozes dissonantes e falou que o tênis precisa ser apreciado pelo que é e refutou o caráter “espetáculo” desse e de outros esportes.
“Se eu vou assistir tênis, eu quero ver tênis. Se vou assistir um jogo de basquete, quero ver basquete. Não ligo para as dançarinas, para os fogos. Sou um fã de basquete, e vou assistir isso. Se vou ao teatro, quero ver a peça (…) Se você quer ver dança, vá a um clube noturno, a um bar”.
Diego Hypólito é daqueles atletas que o brasileiro em geral adora tirar sarro. No rol de Rubens Barrichello, Thomas Bellucci e Thiago Pereira. Um julgamento em minha opinião bem cruel: atletas de altíssimo nível que não dão o passo a mais para chegar a um pódio olímpico ou título muito importante, são sempre considerados fracos psicologicamente (ainda que nem sempre a explicação seja psicológica) e “devedores”, enquanto atletas piores que eles tecnicamente são muitas vezes considerados “coitados” que fizeram o melhor que puderam. Vou falar mais sobre isso em outra oportunidade. (Em tempo, Thiago desde Londres é medalhista olímpico, e mesmo assim essa visão não muda tão fácil).
Voltando a Diego, uma matéria extensa do GloboEsporte.com falou que ele esteve com depressão depois de ser dispensado do Flamengo. Ele falou sobre isso, sobre como isso afetou seus treinamentos, e reforçou que tem como objetivo ser medalhista olímpico. Depois de duas Olimpíadas em que chegou com boas chances (principalmente em Pequim) e saiu sem medalha, acho muito corajoso e lindo como Diego continua dando a cara a tapa e treinando.
- Eu nem tinha motivação para treinar. Não estava sendo disciplinado em questão de horário, de não faltar e de cumplicidade com o treino. Eu perdi a minha felicidade. Eu sempre estou rindo o dia inteiro. Se você reparar o meu treino, eu estou sempre sorrindo, mas eu não era mais assim. Eu não estava mais tendo o desempenho que eu queria ter. O meu objetivo é muito claro, eu quero ser medalhista olímpico e vou fazer tudo para buscar isso. Eu acredito que eu posso e buscarei medalha olímpica. Até onde o meu sonho pode ir, só eu e Deus vamos decidir – afirmou Diego, que treina com a seleção brasileira, em São Caetano do Sul.
Por fim, uma autopromoção: escrevi ontem na Swim Brasil sobre o frequente preconceito com nadadores chineses. Sempre que surge um novo talento se destacando, vem junto com ele algum rumor de que a ascensão é muito estranha e deve ter algo mais na historia. O último foi o chinês Yu Hexin, que teve questionada sua data de nascimento durante as Olimpíadas da Juventude.
“Quando a Ruta Meilutyte foi ouro nas Olimpíadas com 15 anos, ela tinha sido inscrita com 1’07’’30 e melhorou mais de 2 segundos. Não vi ninguém levantando nenhuma suspeita sobre ela. E nem deveriam. Assim como não acho certo levantar suspeitas sobre os chineses. Por que ela é um fenômeno e Ye Shiwen polêmica? Por que um nadador conseguir seis ouros olímpicos com 19 anos (Phelps) é genialidade mas um chinês começar a destruir no 1500 com a mesma idade (Sun Yang) é “mais um caso duvidoso”?”
O ponto é que não coloco a mão no fogo pelos chineses como não coloca por nenhum outro.
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