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  • Memória: consagração e queda de Gabriel Mercedes

    17/04/2013 por Beatriz Nantes em Memória, Notícias, Taekwondo / Sem comentários

    Gabriel Mercedes é um dos ídolos do esporte na República Dominicana. O país de 9,5 milhões de habitantes tem pouca tradição em Olimpíadas, tendo conquistado apenas seis medalhas até hoje , o que não impede que a pequena nação do Caribe seja a pátria de duas histórias do esporte sensacionais. Uma delas é a de Felix Sanchez, do atletismo. Outra é de Gabriel Mercedes, do taekwondo.

    Prata em Pequim-2008

    A primeira vez que chamou a atenção na modalidade foi em 1998, aos 19 anos, quando Gabriel foi prata nos Jogos Centroamericanos e do Caribe, realizado em Maracaibo, Venezuela. Um ano depois, ele foi bronze no Mundial da modalidade, as duas vezes na categoria até 54kg. A categoria não é olímpica, e Gabriel não esteve em Sidney-2000, primeira vez em que a modalidade foi disputada valendo medalhas, depois de duas edições de demonstração, em 1988 e 1992.

    Gabriel logo passou para uma categoria acima, até 58kg, visando a disputa das Olimpíadas. Foi campeão dos Jogos Centroamericanos em 2002 já no novo peso, bronze nos Jogos Pan-Americanos no ano seguinte, e estreou em Olimpíadas em Atenas 2004. Lá, perdeu na primeira luta para Oscar Salazar, que ficaria com a medalha de prata – por causa disso, o dominicano chegou a disputar a repescagem, mas não avançou.

    No novo ciclo olímpico, Gabriel se consolidou como um dos melhores lutadores da modalidade na América, juntamente com o mexicano Guilhermo Pérez, do México, ambos com resultados fortes internacionalmente. Gabriel venceu os Jogos Centroamericanos novamente, os Jogos Pan-Americanos,  mas nos dois Mundiais do período foi eliminado na primeira rodada, enquanto Peréz conquistava a prata em 2007, no Mundial disputado na China.

    Um ano depois, os dois estavam novamente em Pequim, para a disputa das Olimpíadas. Em chaves diferentes, se vencessem suas lutas, os dois se enfrentariam apenas na final – um confronto antes só seria possível na repescagem. Em um 20 de agosto perfeito, os dois foram vencendo suas lutas uma a uma, até se encontrarem na final. Em uma luta muito parelha que terminou empatada, os juízes deram a vitória a Guilhermo Peréz. Gabriel chegou a reclamar da decisão – o taekwondo é um esporte onde a força política conta muito, e o dominicano chegou a dizer que “sabe que venceu a luta, mas os juízes o castigaram para agradar as autoridades mexicanas”. Polêmicas à parte, Gabriel tornou-se o quarto dominicano da história a ganhar uma medalha olímpica, tornando-se ídolo no país.

    Após a medalha, Gabriel continuou treinando de forma sólida e se manteve com bons resultados a nivel internacional. Além de manter o domínio nas Américas, vencendo os Jogos Centroamericanos pela terceira vez, e levando o bi no PAN, ele voltou a subir ao pódio em Mundiais, ficando em terceiro na edição de 2011, na Coréia do Sul.

    Escolhido para carregar a bandeira de seu país na cerimônia de abertura das Olimpíadas de Londres e credenciado por seus resultados no ciclo olímpico, Gabriel era um dos favoritos à medalha na competição.

    A esperança durou pouco. Na primeira luta, contra Tameem Al-Kubati, do Iemen, um movimento errado custou caro. Gabriel rompeu os ligamentos do joelho direito quando ganhava o confronto por 3 a 1. Mesmo lesionado, ele continuou na luta até o final, perdendo por 8 a 3 e mal conseguindo se mexer. Gabriel terminou a luta chorando e saiu da área de competição desconsolado. Veja vídeo aqui.

    Menos de um mês após a luta, em setembro, Gabriel operou os ligamentos. A previsão na época era que ficasse parado de seis a oito mfeses. Ele já está treinando, com rotina de 2 horas e meia por dia, mas disse recentemente em entrevista que a recuperação ainda está “80%”.

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