Ouro! O Brasil é ouro! Parece inacreditável, até agora, mas o ginasta Arthur Zanetti conquistou a posição mais alta do pódio. Fez história para o Brasil, fez história para a América Latina. O Brasil vem correndo atrás de uma medalha olímpica desde 2004, no solo, mas a medalha veio em 2012, nas argolas.

Espero que isso seja um estímulo para os dirigentes brasileiros, para os patrocinadores e para a própria CBG, que precisam investir mais no esporte. Não só na ginástica, mas no esporte como um todo! Estmos com uma edição da Olimpíada batendo, literalmente, na nossa porta! Estamos com o tempo curto e muita coisa ainda precisa ser feita!
Arthur, até o ano passado, quando foi prata no Mundial, tinha uma série com nota de partida 6,5. A excelente
execução que ele tem nesse aparelho fazia com que ele tivesse chances de pódio. Mas para o ouro ficava difícil, já que os principais rivais tinham nota de partida mais alta. Esse ano, no Meeting Internacional, em São Bernardo, ele apresentou uma série com nota de partida 6,8. Manteve a execução antiga e conseguiu um 15,950! Nota de medalhista olímpico, possivelmente de ouro. Competiu bem durante todo o ano e encerrou suas participações em Copas do Mundo subindo ao pódio várias vezes. Na última, ele disse que queria que sua nota ficasse gravada na memória dos árbitros: 15,900! E ficou mesmo: Zanetti tirou a mesma nota hoje, na final de argolas. Um décimo a mais que Chen Yibing, que ficou com a prata com 15,800.
Yibing comemorou. Ele estava feliz. A medalha de prata também tinha um sabor pra ele, já que não é qualquer um que se mantém no pódio por duas Olimpíadas. A série de Yibing foi excelente, mas faltou um pouquinho para a série de Arthur. Ele cravou a saída, coisa que Arthur não fez, mas as posições estáticas de Arthur foram completamente sem angulações.
Matteo Morandi fechou o pódio, também com excelente participação. Consegui executar toda a série e deu um só passinho na saída, que poderia ter dado a ele uma prata. Esse ginasta também está como favorito nas argolas durante alguns anos e o bronze foi mais do que mereceido. 15,733.
Aleksander Balandin também foi ótimo. O ginasta tem dois exercícios homologados no código de pontuação, o que o coloca como um dos principais nomes nessa final. Consegui 15,666 e ficou 0,033 à frente de seu compatriota, que também é um ótimo ginasta de solo, Denis Ablyazin. Tommy Ramos representou bem Porto Rico. O país tem tradição na ginástica artística masculina e é principal adversário do Brasil e Estados Unidos nas américas. Apesar disso, conseguiram classificar apenas um ginasta para essas Olimpíadas, mas que foi muito bem nessa final, terminando na sexta posição com 15,600. Poucos décimos separaram o 6º do primeiro colocado, mostrando que essa final foi muito disputada. Jordan Jovtchev e Frederico Molinari foram os únicos que tiveram erros, ambos na saída. De qualquer forma, a participação na final foi de grande valor, principalmente Jovtchev, que está em sua 6ª Olimpíada.

Confira os resultados completos.
Ginasta dos 11 aos 19 anos, Cedrick Willian respira ginástica artística. Tanto é que fez de sua paixão uma profissão e se graduou em Educação Física, na Universidade Federal de Uberlândia, pela qual é bacharel e licenciado, e especializou-se em Ginástica Artística pela Universidade Gama e Souza, no Rio de Janeiro. Assume precisar de uma dose diária de ginástica para manter o vício.
Nosso colunista é autor do blog esportivo Gym Blog Brazil, principal referência da ginástica artística no país. Leia o blog no endereço: http://gymblogbrazil.blogspot.com.br/
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