Ficou para trás a primeira fase instável e frágil da seleção brasileira nas Olimpíadas, dependendo de combinação de resultados para avançar para a fase de mata mata. Ficou para trás a classificação da Rússia para as Olimpíadas apenas na repescagem mundial, depois de não chegar nem à final do pré olímpico europeu. O que se viu em quadra foi uma partida emocionante entre Brasil e Rússia, sobretudo no tie break, depois de instabilidade das duas equipes nos quatro primeiros sets do jogo.
A Rússia começou ganhando por 26 a 24, em um primeiro set em que o Brasil mostrou estar diferente do que foi na primeira fase. No segundo, com uma Rússia apática, chegou a abrir sete pontos, vacilou, mas as meninas de Zé Roberto conseguiram fechar o set em 25 a 22. Em uma das variações que acontece muito em partidas no feminino, a Rússia dominou o terceiro set (25 a 19) e o Brasil conseguiu fechar o quarto (25 a 22). Vamos ao tie break.
O histórico do Brasil nesse tipo de decisão era favorável. Este ano foram cinco vitórias em tie break no Grand Prix, mesmo em jogos que pareciam perdidos. No começo parecia que ia ser isso mesmo: o Brasil esteve a frente durante todo o set, até abrir 13 a 10. Era só virar duas bolas, contando com algum erro das adversárias. Mas a Rússia converteu quatro bolas seguidas, virou para 14 a 13 e teve um match point a favor. Algúem falou: “Amarelonas, como que deixa fazer quatro pontos?? Lembra daquele jogo contra a Rússia né?”. Elas lembram, porque mesmo campeãs olímpicas, vira e mexe ainda taxam a seleção brasileira de vôlei de amarelonas, por causa daquele jogo contra a Rússia há oito anos…
Depois de salvar o match point, o Brasil salvou mais um, e outro, e outro, e outro, e outro. Seis match points revertidos, contando com atuação magistral de Sheilla, que virou cinco deles – o outro foi de Thaisa. Aquela mesma Thaisa que chorou no meio do jogo contra a China na primeira fase, de raiva, porque errou uma bola que não podia. Na primeira chance para definir, depois de Fernandinha abrir um ponto de vantagem, o Brasil não deixou barato, e fechou a partida. 21 a 19, 3 sets a 2. Agora, as comandadas por Zé Roberto Guimarães pegam o Japão na quinta-feira (9), valendo uma vaga na final.
A partir de hoje, quando alguém falar sobre “aquele jogo contra a Rússia, lembra?”, vai ter que definir de qual deles está falando.

1 Comentário
Maria Fernanda
Foi sensacional, ponto a ponto!
08 ago 2012 09:08 am (@Twitter)
Deixe um comentário