Quem teve a impressão de que os anos dourados do vôlei masculino haviam se encerrado depois do fraco desempenho na Liga Mundial deste ano, teve uma resposta convincente nesta tarde. Se até os fortes boatos de aposentadoria de Bernardinho após os Jogos de Londres contribuíam para essa hipótese, a equipe brasileira mostrou que sua força coletiva ainda é superior e digna das primeiras posições. O Brasil marcará presença em mais uma final olímpica e resgata a imagem de time a ser batido.

Logo no 1º ponto do jogo os italianos apresentaram qual seria sua principal arma com um ace. Mas a mesma estratégia de saques forçados que lhes rendeu 3 aces, também acarretou em muitos pontos erros e pontos perdidos. É bem verdade que os brasileiros também abusavam dos erros de saque, mas o desempenho superior nos bloqueios e excelentes recepções do líbero Serginho fizeram a diferença para o Brasil que acabou por vencer por 25 a 21.

No 2º set foi o serviço brasileiro que se destacou, com saques velozes desconcertando o poder de ataque italiano a ponto de fazer o experiente Mastrangelo ter atuação apagada. Bruninho distribuía excelentes bolas para Wallace, que substituía o contundido Leandro Vissotto, e Dante, que era acionado pelo fundo. Os brasileiros jogavam de forma fácil e em sintonia, enquanto os italianos não encontravam brecha para ataque e já se abatiam com o resultado que se consolidava. No final, fáceis 25 a 12.

Os italianos retornaram para o 3º set com a mesma postura do início do jogo. Mais incisivos no ataque e aproveitando um relaxamento dos brasileiros, chegaram a liderar até 12 a 11, quando sofreram 4 pontos seguidos. Foi o suficiente para voltar o desânimo italiano e a frequência de erros do set anterior, culminando em uma última parcial de 25 a 21. O Brasil garantia seu lugar em mais uma final olímpica e voltava a passar a imagem de time forte e praticamente imbatível que a era Bernardinho deixou nos últimos anos. Resta agora encarar os Russos neste domingo às 9h para voltar a conquistar a medalha de ouro que fugiu em 2008 e para que Bernardinho possa, se assim desejar, se despedir da seleção com o sentimento de missão cumprida, mais uma vez.

Vitor Morales teve o voleibol como parceiro de estudos por 9 anos de sua vida, embora seja mais fácil encontrá-lo na arquibancada do Pacaembu do que em um ginásio.