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  • Nadadora e ciclista, Sara Storey vai além das Paraolimpíadas

    01/02/2012 por Beatriz Nantes em Ciclismo, Notícias, Personagens / Sem comentários

    Não dá para negar que o esporte paraolímpico vem crescendo nos últimos anos. Mas uma coisa incomoda os atletas e quem lida com o esporte para deficientes com seriedade: raras exceções, as competições e resultados são relegados a segundo plano e predomina a abordagem de “exemplos de vida” e “bonita história de superação”. Perfeito, mas os atletas paraolímpicos querem mais: eles também estão competindo, também querem ganhar, também choram quando perdem – antes de paraolímpicos, são atletas.

    A inglesa Sarah Storey, que nasceu com uma disfunção na mão esquerda, conseguiu como poucos superar essa condição e ser tratada como tal. Não por acaso, dada a coleção de títulos que acumula desde 1992, quando participou dos Jogos pela primeira vez, meses antes de completar 15 anos, ganhando dois ouros, três pratas e um bronze. Em Atlanta, Sidney e Atenas, foram mais dez medalhas, até que uma infecção no ouvido logo após os Jogos de 2004 a deixou fora das piscinas por meses. De exemplo de vida para exemplo de atleta, Storey descobriu seu talento nas pistas de ciclismo quando pedalava para manter a forma. Talento mesmo, porque o desempenho no ciclismo foi tão bom que Sarah se tornou a primeira ciclista deficiente a competir contra atletas sem deficiência, no Commonwealth Games. Com o tempo que venceu as Paraolimpíadas de 2008, seria a sétima na prova das Olimpíadas.

    As possibilidades de Sarah integrar o time olímpico de perseguição com atletas sem deficiência foi real, mas o sonho de participar tanto dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos, em casa, acabou em dezembro do ano passado após a Copa do Mundo disputada na Colômbia. O time britânico ganhou a disputa por equipes de perseguição feminina (prova que fará sua estreia em Londres, antes existindo por equipes apenas para os homens), mas na volta, cortou Storey do time, ficando com quatro atletas (Wendy Houvenaghel, Dani King, Laura Trott e Joanna Rowsell) para a briga pelas três vagas da equipe. Favorito ao ouro em Londres, o time inglês é um dos mais fortes do mundo, e em qualquer outro país, Sarah teria vaga praticamente garantida para as Olimpíadas.

    Um mês depois, agora focada na competição paraolímpica, Sarah tem um novo objetivo: competir no time misto junto com os homens, prova introduzida também nesta edição. Após ser cortada da seleção olímpica, Sarah afirmou: “The big question is would that person be an athlete if they weren’t disabled? I have proved that I can make it anyway. There is no doubt in anyone’s mind that with two hands I would have made it as well. Which means I am an athlete. That’s the first thing I am. All the rest is just circumstantial” [tradução livre: A grande questão é: essa pessoa seria atleta mesmo se não fosse deficiente? Eu provei que eu posso fazer isso. Não há dúvida na cabeça de ninguém que com as duas mãos eu teria feito isso também. O que significa que eu sou uma atleta. Isso é a primeira coisa. Todo o resto é apenas circunstancial”.

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