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  • Opinião: Novos tempos, velhos hábitos

    18/12/2012 por Rui Barboza Neto em Atletismo, Notícias, Opinião / Sem comentários
    Hoje em nosso país se fala muito sobre Esporte. Com a chegada dos megaeventos esportivos, o Brasil respira Esporte. Novos tempos para quem gosta, pratica, acompanha, torce, admira, sonha, trabalha e que de alguma forma esteja ligado com este fenômeno social. Hoje assuntos como atrasos de vôo, mobilidade urbana, infraestrutura, confusões em espetáculos esportivos sempre remetem aos megaeventos. Não há dúvida, hoje e nos próximos anos cada vez mais o foco será o Esporte.

    Os investimentos nesta área têm  aumentado e continuarão aumentando, as atenções do poder público também. Estas informações devem ser ressaltadas. Porém velhos hábitos ainda contaminam o mundo esportivo.

    Ano eleitoral e a troca ou continuidade de prefeitos(as) e consequentemente seus secretários(as) geram em alguns casos términos de projetos esportivos ou equipes/times. Essa prática, infelizmente comum, é perniciosa para todos os envolvidos com o Esporte. Quando se acaba com uma equipe não se leva em consideração os atletas nem seus técnicos. Em tempos em que o Brasil é o centro do mundo quando se fala em megaeventos, tal prática além de obsoleta também é contraditória. Ao invés de incentivar, prefeituras acabam destruindo e desestimulando o acesso à prática de determinadas atividades esportivas.

    Isso ocorre no atletismo desde que conheço a modalidade. Troca-se uma prefeitura, cortam verba em determinadas áreas, concursados são transferidos, os contratados por prestação de serviço não tem seus contratos renovados e os atletas ficam órfãos. Pior, ficam sem perspectiva de darem continuidade aos seus treinamentos. Os de maior destaque até conseguem uma cidade próxima para continuar, apesar do deslocamento ser um empecilho. Mas os que estão em formação ou ainda não atingiram resultados ficam sem opção, mudando de modalidade ou simplesmente cessando suas atividades esportivas orientadas.

    Não preciso ressaltar o quanto se perde com o fim de uma equipe. Qualquer alegação não convence. Corte de gastos, mudança de gestão, perda de espaço, mau uso da verba pública entre outras. Sempre há uma outra saída sem ser o fim de uma equipe. Mas o que falta é alguém nessas instâncias de gerência com olhar sensível a tais situações.

    Neste momento de valorização do Esporte, práticas ultrapassadas como essas não deveriam existir. Para sermos potência esportiva só investimento não basta, uma boa gerência também é necessária. Os prefeitos/as e suas assessorias devem ter em mente que para cuidar do Esporte de sua cidade tem que haver alguém competente e sensível com a formação e continuidade esportiva. Afinal, na Seção III, artigo 217 da Constituição da República Federativa do Brasil afirma que é dever do Estado fomentar práticas desportivas como direito do cidadão, portanto já que há esse dever, que se cumpra da melhor forma possível e não de qualquer jeito.

    Rui Barboza Neto é bacharel em Esporte pela Escola de Ed. Física e Esporte da USP, treinador de atletismo e preparador físico da Associação a Hebraica de São Paulo. Foi comentarista do UOL nas provas de salto com vara e em altura

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