Muitos dos que irão brilhar nas Olimpíadas de 2016 são hoje atletas em construção. Destaques nas categorias de base e começando a dar seus primeiros passos nas competições absolutas, são atletas que podem estrear no Rio-2016, já com grande resultado. Arthur Zanetti e Bruno Fratus, por exemplo, fizeram em Londres sua primeira participação olímpica. Um desses atletas para ficar de olho neste ciclo olímpico é Rebecca Silva, do vôlei de praia.
Nascida no Ceará – origem de outra jogadora de sucesso, Shelda, e onde treinavam Juliana e Larissa – Rebecca é nascida em 1993 e tem 19 anos. Com bons resultados nas categorias de base, ela já se destaca na categoria adulta, sendo uma das responsáveis pela única derrota das campeãs mundiais Juliana e Larissa no Circuito Banco do Brasil de 2012/2013.
Na base, Rebecca é a maior promessa do vôlei de praia do país. Campeã brasileira sub-21 (2012) e sub-19 (2011), nas duas vezes ao lado de Carolina Horta, ela teve o melhor resultado internacional da base do Brasil ano passado. Ao lado de Drussyla, de apenas 16 anos, conquistou a medalha de prata no Mundial sub-21, perdendo a final para uma dupla suiça.
No absoluto, Rebecca joga ao lado de Lili, atleta que também teve resultados expressivos nas categorias de base (hoje com 25 anos, foi campeã do Mundial sub-21 em 2005). A parceria começou na primeira etapa do Circuito Banco do Brasil dessa temporada. Nas seis etapas já disputadas, elas chegaram à semifinal cinco vezes, mostrando regularidade e atestando a qualidade de Rebecca mesmo no absoluto. As duas treinam com o técnico Elmer Calvis.
Foram três partidas contra as medalhistas olímpicas Juliana e Larissa: pelas quartas de final da 3a etapa, pela final da 4a etapa (as duas com derrota) e na semifinal da última etapa. Depois de vencer as cinco primeiras etapas e na competição que marcaria o fim da dupla, o favoritismo era de Juliana e Larissa. Mas Rebecca e Lili frustraram a festa, deixando as duas de fora da final. Na disputa pelo ouro, venceream Maria Clara e Carol, vencendo uma etapa pela primeira vez. Eleita revelação do circuito em 2011, Rebecca jogou muito bem e foi eleita a melhor jogadora da decisão. Sem Juliana e Larissa e com quatro etapas para o fim do Circuito, as duas são grandes candidatas a vencer a competição – estão em segundo, atrás da dupla olímpica, e precisam tirar 480 pontos.
No início de dezembro, Rebecca e Lili foram convocadas para a seleção brasileira adulta, de onde sairão os representantes do Brasil para competições internacionais da temporada. O grupo de 11 atletas no feminino treinará no Centro de Treinamento de Saquarema com as comissões técnicas da seleção brasileira. Juliana estava entre as convocadas e não se apresentou, sendo dispensada pela CBV e aumentando as indenfinições sobre o que acontecerá com a atleta – a CBV manterá a dispensa e deixará a melhor jogadora do país em atividade fora das competições?
Muita coisa pode mudar até 2016. Hoje o Brasil tem duas duplas no topo do ranking mundial – Juiana e Larissa, em primeiro, e Maria Elisa e Talita, em terceiro. Com Larissa deixando o esporte para ser mãe, foi anunciado que Juliana passaria a jogar com Maria Elisa – não se sabe como fica a parceria dado a dispensa da CBV. Até 2016 ainda devemos assistir uma dança das cadeiras na formação das duplas, mas o importante é que o Brasil está bem servido de jogadoras de alto nível na modalidade. Vale ficar de olho em Rebecca Silva.
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