
A campeã mundial da prova marcou 16’11”76, ficando acima do recorde de campeonato. A atleta foi seguida de perto por Cecília Biagioli, argentina que defende a Unisanta e já está classificada para nadar a prova de maratonas aquáticas em Londres. Poliana Okimoto foi a melhor entre as brasileiras
Brasileiros conquistaram três medalhas no terceiro dia de competição no GP do Missouri, com ouro para César Cielo (100 livre) e Thiago Pereira (200 medley), e bronze para Joanna Maranhão, também no 200 medley. Canadenses voltaram a dominar as premiações, mas o destaque da noite ficou com a norte-americana Katie Ledecky, de 14 anos, que anotou o quarto melhor tempo do ano no 800 livre (8’30) e segunda melhor marca da prova para essa idade
O início das competições em Belo Horizonte teve tempos no geral fracos, falhas na organização e algumas surpresas.
No 200 peito, surpresa com a ausência das nadadoras do Pinheiros Carolina Mussi e Ana Carla Carvalho, que ficaram nas eliminatórias. Mussi é recordista sulamericana da prova, com tempo marcado quando fez o índice para Roma usando traje tecnológico – desde então, a paulista ainda não conseguiu chegar perto da marca. Na final, vitória para Michele Schimidt, do Corinthians, que já havia vencido a prova no Maria Lenk do ano passado e ficado em terceiro neste ano.

No masculino, a disputa foi bonita entre dois atletas do Flamengo, mas os tempos foram fracos para uma prova com grandes chances de dois atletas representarem o Brasil nas Olimpíadas. Henrique Barbosa, recém chegado ao PRO-16, levou a melhor sobre Thiago Parravicini, prata da casa do clube e um dos últimos a sair do Flamengo na má fase, época em que defendeu o Minas. De volta, ele que sempre ganhou tudo nos brasileiros de categoria, está no melhor da forma. Ambos fizeram 2’15, e por 10 centésimos Felipe Lima levou o bronze sobre Tales Cerdeira, impedindo o pódio flamenguista.
Pelas semi-finais do 50 livre, uma falha no placar eletrônico atrasou os resultados da primeira série. Gostei do tempo da Flávia (25″42). Não acredito que saia índice amanha, para o qual a pinheirense precisaria a abaixar 22 centésimos, mas fazia tempo que ela não nadava tão bem. Para a final, seis atletas estão balizadas abaixo dos 26″, entre elas Carolina Bergamaschi, do Pinheiros, única representante mulher do Brasil no Mundial Júnior. Promete ser uma bela disputa, com um toque a mais pela presença da holandesa campeã mundial do 50 borboleta Inge Dekker. No masculino, o pódio deve contar com Cielo, Fratus e Nicholas, resta saber as posições – Cielo vem insistindo em dizer que essa competição é só treino, nadando de sunga, e dizendo que Nicholas é favorito – meu palpite é que Cielo ganha amanhã, e pessoalmente, não gosto que insista tanto em dizer que esta competição é só treino – quem acompanha natação sabe disso, e para quem não acompanha, soa como desculpa e pode até acabar interpretado como desmerecimento dos adversários.
No 200 costas, Fabíola levou o ouro com o melhor tempo da carreira. A atleta abandonou faz tempo a prova de 200, com foco voltado para os 100 e o 50, mas nadou pela pontuação para o Minas, clube que defende desde o início do ano. Fernanda Alvarenga, que treina com ela em Brasília e defende o mesmo clube, ficou com a prata. Dificilmente veremos índice olímpico nessa prova até o ano que vem (0 2’10 é mais forte do que o recorde sulamericano de Alvarenga, feito ainda com os trajes tecnológicos). No masculino, ninguém entendeu muito o que aconteceu. Os nadadores entraram na área da piscina e seis foram retirados para que trocassem seus trajes, que segundo a arbitragem não seriam credenciados. A confusão tomou conta, alguns voltaram de sunga, e depois Ricardo de Moura, supervisor técnico da CBDA, permitiu que eles saíssem e colocassem os trajes. Ainda não se sabe ao certo o que houve, mas fontes presentes na competição disseram que os árbitros erraram (mesma impressão de Thiago Pereira, que reclamou da arbitragem ao sair da prova). O atleta levou o ouro com 2’00”15, seguido de Fernando Esrnesto que completou a dobradinha corinthiana.
As provas de fundo também não tiveram marcas expressivas. Joanna Maranhão passou na frente no 800 livre e foi ultrapassada por Cecilia Biagioli, mas as duas tiveram um segundo parcial fraco, fechando em 8’47″1 e 8’49″5. Poliana Okimoto forçou no final e chegou perto de Joanna mas terminou na terceira colocação, com 8’50, seguida de Ana Marcela, as duas especialistas em provas de maratonas aquáticas. Ao final da prova, Joanna postou no seu twitter que o 800 foi aquém do que gostaria, mas que o tempo seco da cidade dificultava as provas de fundo. No 1500, sem Arapiraca, contundido no ombro, Juan Pereyra levou a melhor com 15’25. Em segundo, Lucas Kanieski, que liderou a prova até os 750 metros, quando Pereyra disparou (dobrou os parciais) e Kanieski caiu de rendimento, fechando com 15’36.
Na disputa de clubes, ninguém disparou ainda: Minas terminou a etapa na frente com 347 pontos, e o Corinthians está na segunda posição com 311. Até o momento, Flamendo está em terceiro com 192 e Pinheiros está apenas em quinto, com Unisanta entre as duas.
Em meio a avalanche de melhoras da era dos trajes, só um recorde permaneceu. O 400 livre de Thorpe caiu por pouco em Roma, o histórico 800 de Janet Evans também, o 50 livre de Popov. Mas aquele 1500 de Grant Hackett em Fukuoka, os incríveis 14’34″56, este sobreviveu, o único, coroando um dos maiores fundistas da história. Foram exatamente 10 anos e 2 dias até que Yang Sun batesse em seu país o recorde mais velho da natação, nadando para 14’34″14, em uma prova linda.
Lochte leva a melhor no primeiro confronto com Phelps, China leva mais uma no feminino, franceses dividem o primeiro lugar no 100 costas e Soni confirma supremacia no peito.