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  • Carolina Bilich: “Vou dar a vida na água pra pegar a vaga no revezamento”

    28/03/2013 por Beatriz Nantes em Destaque, Natação, Personagens / 1 Comentário

    Carolina Bilich tinha 15 anos quando se mudou do Espírito Santo para Belo Horizonte para treinar. Destaque infantil do Clube Alvares Cabral, um dos mais tradicionais da natação em Vitória, Carolina foi para o  Minas Tênis Clube em 2011, quando já tinha sido campeã brasileira de categoria diversas vezes, além de já ter chegado a uma final de brasileiro absoluto. Hoje com 17 anos, Carolina foi o maior destaque da seleção brasileira que foi campeã sulamericana juvenil, em torneio que aconteceu no Chile na última semana. O feito foi inédito: Carolina saiu da competição com o prêmio de melhor atleta tanto na natação (levou o índice técnico no 400 livre) como nas maratonas aquáticas (dois ouros, na prova por equipes e no 7,5km).

    Destaque do Sulamericano Juvenil (Foto: Satiro Sodré)

    Versátil, Carolina nada tudo: já foi campeã brasileira infantil no 200 borboleta, campeã do 100 borboleta no Chico Piscina, fez duelos por anos com Gabriela Rocha nas prova de 400 e 800 livre, e sua primeira medalha em torneios nacionais absolutos veio no 1500 livre, no Maria Lenk de 2011. Mas se perguntada qual dessas é sua prova preferida, Carolina responde com outra: o 200 livre. “As quatro melhores do 100 e 200 livre vão para o Mundial pelo revezamento. Lógico que eu quero nadar as outras provas bem, mas a meta do Maria Lenk é pegar o revezamento do Mundial. Vou dar avida na água pra pegar essa vaga”. Confira entrevista com a atleta:

    :: Veja aqui todas as entrevistas do Especial Nadadoras.

    No início da sua carreira você nadava borboleta e depois passou a mesclar com o fundo e priorizar mais essas provas. Como foi essa transição? Ainda treina borboleta?

    Quando a gente vai ficando mais velho tem que focar mais nas provas que a gente quer nadar, não tem jeito. Eu acabei focando mais no crawl, no fundo. De vez em quando eu treino borbo para dar resistência para o fundo, mas o crawl é o foco.

    Em 2009, ainda como infantil 2, você já participou de uma competição absoluta, nadando o Finkel, onde terminou em 12º no 400 livre e 200 borboleta. Como essa experiência foi importante?
    Com certeza foi muito importante. Eu tinha índice pra ir para o absoluto, e meu técnico na época, o  Alexandre, queria que eu fosse, para pegar experiência. Ele sabia que eu queria seguir na natação e ia ser legal nadar com Joanna Maranhão, Cielo. Foi bem importante para pegar experiência e também para dar uma motivada.

    Você começou a nadar no Álvares Cabral mesmo, com o Alexandre?
    Eu comecei no Praia Clube, com o Marco, e logo depois fui para o Álvares. Treinava com o Paulista, e no infantil passei pro Alexandre.

    Em 2010 a Gabriela Rocha foi para o Álvares e vocês fizeram bons duelos nos Brasileiros, se alternando nos primeiros lugares do pódio no 400 livre e 800 livre. Como era essa relação?
    Foi uma coisa muito legal quando ela foi pro Álvares, porque era uma competição todo dia. Desde pequena a gente sempre disputava. Um dia dava uma, outro dava outro, era de quem estava melhor no dia mesmo. Foi bom porque no treino tem dia que você tá mal, outros que está bem, e foi uma puxando a outra, a gente foi crescendo junto. A gente sabia que era sempre a gente em primeiro e segundo, só não sabia a ordem.

    Ao lado de Ana Marcela e Poliana

    Um ano depois você já foi pro Minas Tênis, ainda com 15 anos. Como foi essa decisão?
    Eu já recebia algumas propostas. Vim para o Minas para ver como era só, não imaginava que iria, mas sabia que em algum momento teria que sair do Espírito Santo. Fui com a minha mãe só para ver, mas quando cheguei no Minas, não teve como não ficar. Tanto que foi tudo muito rápido, cheguei aqui dia 3 de janeiro, voltei para o Espírito Santo, e voltamos de novo para Belo Horizonte no dia 4.

    Seus pais foram com você?
    Minha mãe veio junto, eu tinha 15 anos. Ela ficava direto comigo, e as vezes meu pai vinha também ou ela ia pra lá ficar com ele. Minha mãe falava pra mim: se você quiser ir pro Minas, vai, eu vou junto com você. Depois em outubro do ano passado meu pai conseguiu transferência para cá.

    Como foi a adaptação?
    Dizem que demora de 8 a 16 meses pra se adaptar ao lugar e tal. Foi meio difícil a vinda para cá, senti muito a falta dos meus irmãos. Mas no Maria Lenk, com 4 meses no Minas, consegui minha primeira medalha no absoluto, só perdi para a Ana Marcela e a Poliana no 1500 livre . Nessa hora eu vi que fiz a escolha certa, que estava no caminho certo. Porque querendo ou não lá em Vitória estava indo bem com o Alexandre, então eu troquei o certo pelo incerto, sempre dá uma insegurança.

    Pouco depois, no início de 2012 você foi para sua primeira seleção absoluta, no Sulamericano. 
    Foi minha primeira seleção, nadei para 8’52 no 800 livre e fiquei em 4º, e no 1500 fiquei em 2º com 17’02, foi minha primeira medalha na competição.

    Acha que uma participação em seleção nacional absoluta para Mundial pode vir dessa prova de 1500?
    Na verdade, agora com o Vanzella como Head Coach da seleção feminina, foi definido que os quatro melhores tempos do 100 livre e 200 livre vão para o Mundial para o revezamento.  Eu diria que não que é fácil, porque é super difícil, mas que o menos difícil para mim seria entrar pelo revezamento. Mas claro que não é fácil.

    Você começou a nadar o 200 livre há menos tempo, como foi isso?
    Eu sempre nadava o 200 borboleta e o 400 livre seguido, na mesma etapa. Conversei com meu técnico e decidimos trocar pelo 200 livre. Acabei ficando impressionada com meu tempo no 200 livre, fiquei com o quinto tempo do Brasil, atrás da Manuela [Lyrio], Joanna [Maranhão], Jessica  [Cavalheiro] e Larissa [Oliveira]. Fiquei animada, via que tinha alguma chance.

    A Manuella treina no Minas também, vocês treinam juntas?
    Mais ou menos, porque ela treina no meio fundo, com o Scott, e eu treino no fundo, com o Dudu.  No fundo treinamos só eu e Larissa Cieslak, e tem os meninos também: Lucas Kanieski, Diogo Vilarinho, Juan Pereyra..

    Você foi o grande destaque do Sulamericano juvenil, baixou pela primeira vez os 4’20 no 400 livre, fez 2’03 no 200 livre… o que achou da competição? Estava polida?
    Não estava polida! Fui super pesada, treinando normal. Às vezes acho qeu quando você vai pesado, tem menos pressão. Você acaba nadando mais tranquila pensando que “o tempo que der estou feliz”. Fiquei muito impressionada com meus resultados.

    Qual sua expectativa para essas provas no Maria Lenk?
    Acho que todo mundo quer sempre melhorar os tempos. Eu sempre converso com o Dudu e com meu preparador físico e a gente pensa em metas. A meta desse Maria Lenk é pegar o revezamento do Mundial. Lógico que quero nadar as outras provas bem, mas como apareceu esse 200, vou dar minha vida na água para pegar essa vaga. .

    Você também foi  destaque nas maratonas aquáticas no Sulamericano, vencendo a prova por equipes e o 7,5km, levando o prêmio de melhor maratonista da competição. Pretende começar a nadar maratonas aquáticas também?
    Pretendo sim. Foi a minha terceira maratona, e tenho conversado com o Dudu que pretendo continuar. Querendo ou não é uma prova a mais, tem o Rio-2016 ai… 

    Tem alguma referência no fundo, em quem você se espelha?
    Eu acho que por treinar com os homens, minha referência são eles. O Kanieski, esses meninos que treinam comigo, são muito fortes, então meu objetivo nos treinos acaba sendo deixar eles menos na frente possível.

    O que achou da clinica e da nova estrutura proposta pela CBDA?
    Eu achei bem legal eles colocarem o Vanzella como técnico da seleção feminina. Os homens querendo ou não sempre estiveram na frente das mulheres. Eu acho que agora as mulheres juntas, mais unidas, vai dar tudo certo. A nova geração tem muito o que fazer na piscina ainda.

     

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    • Nova geração

    1 Comentário

    • Ana Cristina Brito

      ” Sabe quando esta assistindo uma competicao e vc se depara com um desbravador… foi o que senti, assistindo Carol nadando e algo maravilhoso, comento com a minha familia que a sensacao de estar num domingo em casa assistindo a corrida com o Senna na pista! Carol parabens… vc e um espetaculo! bjus mil…”

      28 mar 2013 01:03 pm (@Twitter)
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