Bruno Soares está vivendo o melhor momento da carreira. É indiscutível que aos 31 anos, o tenista mineiro conseguiu unir seu talento natural e sua cabeça boa com um parceiro que completa seu estilo de jogo e de vida. Nessa semana foi vice, ao lado de Alexander Peya, do Mastes 1000 de Madri.
Quem conhece Bruno de perto, sabe o quão tranquilo, brincalhão e boa praça é esse esportista. Poucos têm paciência para atender jornalistas, fãs, compromissos com patrocinadores e burocracias do mundo do tênis como ele. Sempre faz questão de participar dos eventos da ATP e diverte todo mundo com suas imitações e piadas.
Bruno se tornou profissional em 2001 e, como a esmagadora maioria de tenistas brasileiros, tentou a sorte em simples. O máximo que conseguiu foram cinco títulos de futures e uma modesta 221ª colocação no ranking mundial. Com maior sucesso nas chaves de duplas dos torneios de menor porte, se especializou nas parcerias e os resultados começaram a aparecer.
Após constantes trocas de parceiros, o experiente e vencedor Kevin Ullyett, do Zimbábue, convidou Bruno para formar uma parceria em busca dos grandes títulos no ano de 2008. Logo de cara foram campeões em Nottingham e Estocolmo, tendo ficado com o vice em Washington e New Haven. Ullyet se aposentou e Bruno se juntou ao compatriota Marcelo Melo. Com ranking para disputar todos os torneios maiores, eles faturaram um título em 2010 e dois em 2011 e acumularam outros cinco vice-campeonatos.
O desgaste veio e Bruno demorou a achar o parceiro ideal. Teve ótimos momentos com o americano Eric Butorac e um vice-campeonato de Masters 1000 com Juan Ignacio Chela, mas foi com o austríaco Peya que se encontrou. Juntos desde o segundo semestre de 2012, a duplas austro-mineira já faturou quatro taças e chegou a outras duas decisões, incluindo a deste domingo na Espanha. No meio de tudo isso ainda veio o troféu de duplas mistas no US Open, fato histórico para o Brasil, e ótimos resultados na Copa Davis.
Bruno assumiu hoje a 11ª colocação no ranking mundial. Com o que está jogando ao lado de Peya, entrará fatalmente no tão sonhado top 10 muito em breve. Os dois são a segunda parceria que mais somou pontos no ano e se aproximam cada vez mais do objetivo principal, que é se classificar para o Masters de Londres em Dezembro. Só não estarão na Inglaterra caso percam muito cedo em todos os torneios até o final do ano.
Com a instabilidade e o baixo carisma de Thomaz Bellucci, Bruno é hoje o número um do Brasil. E semana após semana faz por merecer esse posto. Com uma dupla fixa, a mente tranquila e o jogo que tem, Bruno tem tudo para se aproximar do top 5 ainda este ano e os troféus de Masters 1000 e Grand Slam serão questão de tempo.
Guilherme Daolio é Jornalista e Radialista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Apaixonado por tênis por influência de seu pai, acompanha o esporte desde pequeno. No momento em que Djokovic, Federer e Nadal polarizam as quadras, Guilherme arrisca suas raquetadas por aqui. Novidades, projeções, análises, informações, apostas e tudo que envolva a bolinha amarela vira assunto.
O nosso colunista já passou pela Rede Record e pelo Portal IG. Hoje é editor de texto da ESPN Brasil e louco por tênis.
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