Cesar Cielo chega a Barcelona com um objetivo claro: conquistar o tricampeonato Mundial do 50 livre, e de quebra “vingar” sua medalha de bronze nas Olimpíadas de Londres-2012.
O sonho é ambicioso: de todos os atletas presentes no Mundial no masculino, Cielo é um dos três que podem ser tri: além dele, apenas Gyurta no 200 peito e Ryan Lochte no 200 medley são bicampeões mundiais e continuam em atividade.
Se atingir o feito, Cielo seria o primeiro tricampeão mundial do 50 livre, prova que é disputada na competição desde 1986.
Essa será a quarta participação de Cesar Cielo em Mundiais de piscina longa, e vale a pena lembrar das outras três:
- 2007, Melbourne: Cielo treinava em Auburn, e estreou em Mundiais fazendo duas finais, no 50 e 100 livre. Cielo terminou em 6o no 50 livre e 4o no 100 livre. Era um degrau que culminaria um ano depois na espetacular participação nas Olimpíadas de Pequim (também sua primeira), saindo com duas medalhas
50 livre: 22”12 – 6o lugar
100 livre: 48”51 – 4o lugar
2007: última vez que Cielo saiu sem medalhas de grandes competições
- 2009, Roma: Cielo chegou a Roma com um status totalmente diferente. Campeão olímpico no 50 livre em 2008 e bronze no 100 livre, aos 21 anos, Cielo era o homem a ser batido nas provas de velocidade. E não decepcionou, pelo contrário: o brasileiro se consagrou no Mundial. Venceu o 50 e 100 livre, a última com novo recorde mundial.
50 livre – 21”08 – 1o lugar
100 livre – 46”91 – 1o lugar – Recorde Mundial
- 2011, Shangai: Em um dos momentos mais difíceis da carreira, Cielo chegou ao Mundial de Shangai sem saber se nadaria a competição. Depois de testar positivo para a substância furosemida durante o Maria Lenk, junto com Nicholas Santos, Henrique Barbosa e Vinicius Waked, a CBDA apenas advertiu o nadador. A FINA apelou para o CAS e o caso foi julgado em Shangai a poucos dias do início do Mundial. O tribunal concordou com a tese de contaminação cruzada da defesa, e Cielo foi liberado para nadar. Na primeira prova, venceu o 50 borboleta e chorou ainda na piscina. No 100 livre, terminou em quarto lugar, e venceu o 50 livre com facilidade.
50 borboleta – 23”10 – 1o lugar
100 livre – 48”01 – 4o lugar
50 livre – 21”52 – 1o lugar
Bronze amargo
Bicampeão mundial e recordista do mundo, Cielo era claramente o homem a ser batido em Londres-2012. E foi. Em uma prova ruim para o brasileiro, em que não encaixou a saída como de costume e nadou mal, Cielo foi terceiro, com um tempo pior do que o que havia feito no Mundial no ano anterior e no Maria Lenk de 2012 (21”59) – algo incomum para ele, que consegue nadar bem sob pressão. Batido por Florent Manaudou (que fez o melhor 50 livre da história sem trajes, com 21”34) e Cullen Jones, Cielo não ficou satisfeito. No 100 livre, Cielo foi sexto colocado.
Nova fase
Buscando recuperar o reinado no 50 livre, Cielo fez grandes mudanças no início deste ano. Ainda no final de 2012, o Flamengo não renovou o contrato com o nadador e acabou com a natação adulta do clube. Fora do Flamengo, Cielo também optou por mudar de técnico, e deixou os treinos de Albertinho no PRO-16 para treinar com Scott Goodrich, da equipe de Brett Hawke, técnico que levou Cielo ao ouro olímpico em 2008.
Cielo mudou também seu programa de provas. Defendendo o Clube de Campo de Piracicaba, sem obrigações de somar pontos de revezamento e em várias provas, Cielo não disputou o 100 livre no Maria Lenk, e não disputará a prova nem o revezamento 4×100 livre em Barcelona. O foco é totalmente voltado para as provas em que defende o título mundial.
O melhor tempo de Cielo no ano, 21”57, foi feito na final do Maria Lenk e é o quarto melhor do mundo na temporada:
1º Nathan Adrian – 21.47 (Trials EUA)
2º James Magnussen – 21.52 (Seletiva Australiana)
3º Florent Manaudou – 21.55 (Seletiva Francesa)
4º César Cielo – 21.57 (Maria Lenk)
5º Anthony Ervin – 21.70 (Trials EUA)
6º Vladimir Morozov – 21.72 (Seletiva Russa)
7º Fred Bousquet – 21.73 (Seletiva Francesa)
No 50 borboleta, Cielo nem fez o índice estabelecido pela CBDA, mas tem o índice A da FINA e poderá nadar em Barcelona. Sua melhor marca no ano foi 23”15, estabelecido no Open da França, e a apenas 15 centésimos do primeiro do ranking, seu velho conhecido Fred Bousquet. A prova acontece logo na primeira etapa, e será importante para Cielo “entrar” na competição.
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