Até outubro do ano passado, muitos apostavam que 2012 seria o ano de despedida de Roger Federer do circuito mundial. O suíço, de 30 anos, estava há quase dois anos sem levantar uma taça de Grand Slam, havia faturado apenas o título do ATP 250 de Doha em janeiro e, desde então, vivia a sombra do algoz Rafael Nadal e do ano perfeito de Novak Djokovic. Diziam que Federer já não sentia prazer dentro de quadra, principalmente após a dura derrota para Djokovic na semifinal do US Open, em que desperdiçou dois match points. Ledo engano.
O início da volta por cima foi em casa. No ATP 500 da Basiléia, cidade onde nasceu, Federer levantou o quinto troféu. Mas era pouco para o maior vencedor de Grand Slams de todos os tempos. Na sequência veio o inédito título do charmoso Masters 1000 de Paris e o hexacampeonato do ATP Finals, mais um fato inédito no tênis mundial.
2012 começou e Roger parou nas semifinais de Doha, diante de Jo-Wilfired Tsonga, e do Australian Open, diante de Nadal.

Roger Federer, o maior vencedor de Grand Slam de todos os tempos
Também foi derrotado por John Isner pela Copa Davis. Antes que novos burburinhos se formassem, o suíço tratou de faturar consecutivamente mais dois fortes ATPs 500: Roterdã e Dubai. Ou seja, nos últimos sete torneios que participou, Federer saiu vitorioso em cinco deles.
É fato que ele ainda não enfrentou Djokovic na temporada, mas as categóricas vitórias sobre Del Potro (três vezes) e Andy Murray, o credenciam novamente aos maiores títulos do circuito. Após a vitória em Dubai, Federer afirmou que ainda se acha capaz de bater qualquer um. Alguém duvida? Na mesma linha, Tsonga disse no final do ano passado que quando se encara Federer, você depende muito mais do ele vai fazer do que de seu próprio jogo e que se ele estiver no seu melhor, não há como vencê-lo.
Há algumas temporadas, o atual número três do mundo prioriza os maiores torneios. Talvez por isso seja um dos únicos tenistas que nunca ficou muito tempo afastado do circuito por conta de lesões. O jeito plástico de bater na bola e o estilo clássico de jogo também contribuem bastante.
Federer possui números invejáveis na carreira e por isso é considerado um dos melhores (se não o melhor) de todos os tempos. Além das 16 taças de Grand Slam, recorde absoluto, ele alcançou incríveis 102 decisões na carreira. O suíço venceu nada menos que 72 delas, apenas cinco atrás do norte-americano John McEnroe, o terceiro maior vencedor da Era Profissional do tênis. Ivan Lendl com 94 e Jimmy Connors com 109 lideram a lista. Seu piso preferido é e sempre foi o sintético, responsável por 50 conquistas.

Em Londres, Federer vai em busca do ouro inédito em simples
Mas com tudo isso, o que motiva Roger a continuar encarando o cansativo circuito? Três são os focos no momento. O mais imediato deles é faturar a inédita medalha de ouro em simples nos Jogos Olímpicos de Londres no meio do ano. Em 2008, ao lado do compatriota Stanislas Wawrinka ele subiu ao lugar mais alto do pódio em Pequim. Outro objetivo é levantar ao menos mais um troféu de Grand Slam antes de pendurar as raquetes. Se pudesse escolher, com certeza seria na grama sagrada de Wimbledon, aonde já possui incríveis 6 canecos.
A maior aspiração de Federer, no entanto, é voltar a liderança do ranking mundial, pelo menos por mais duas semanas. Com tantos recordes na carreira, há um que o suíço não tem e não esconde de ninguém o desejo. Ele ficou 285 semanas no topo da lista da ATP, uma a menos que o já aposentado americano Pete Sampras. Mas a busca não será fácil. Djokovic lidera com 13.310 pontos, Nadal tem 10.415 e Federer 8.710. Porém os dois adversários têm muito mais pontos a defender até o final da temporada, já que polarizaram a maioria das finais da última temporada.
Goste ou não goste, nunca duvide de Roger Federer.
Guilherme Daolio é Jornalista e Radialista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Apaixonado por tênis por influência de seu pai, acompanha o esporte desde pequeno. No momento em que Djokovic, Federer e Nadal polarizam as quadras, Guilherme arrisca suas raquetadas por aqui. Novidades, projeções, análises, informações, apostas e tudo que envolva a bolinha amarela vira assunto.
O nosso colunista já passou pela Rede Record e pelo Portal IG. Hoje é editor de texto da ESPN Brasil e louco por tênis.
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