Não deu para Ian Thorpe. Depois de surpreender nadando para 1’49”16 nas eliminatórias, cerca de um segundo e meio melhor do que vinha fazendo desde que voltou a competir há 14 meses, Thorpe não conseguiu passar das semifinais de 200 livre e está fora não somente da disputa pelas vagas para a prova individual como para o revezamento. Ele nadou 1’49”91 na semi, ficando em 12o e se disse terrivelmente desapontado. “Nunca me senti assim depois de uma competição… estou sem palavras”.

“O conto de fadas se transformou em pesadelo”, afirmou na conferência de imprensa após os resultados, dizendo que esperava melhorar a noite o tempo das eliminatórias. “Não continuarei treinando se não sentir que consigo estar no nível da elite. Eu não descarto o 400 se tiver mais tempo”, disse, se referindo a prova em que foi imbátivel de 1998 a 2004 e onde ainda tem o melhor tempo do mundo sem trajes, desde 2000.

Chrsitian Sprenger comemora a vaga no 100 peito

Outra aposentada tentando voltar as piscinas também falhou, esta por pouco. Libby Trickett, campeã olímpica do 100 borboleta em Pequim-2008, não conseguirá defender seu título em Londres – ela até fez o índice A, mas em terceiro lugar, perdeu a vaga para Alicia Coutts (57”59) e Jessica Schipper (57”88), 4o e 5o melhores tempos do ano no mundo, com destaque para o primeiro parcial de Coutts e para a volta de Schipper, especialista no 200 borboleta. Ao contrário de Thorpe, no entanto, o forte tempo de Trickett indica grandes chances da atleta conseguir vaga para o 4×100 livre.

No 100 peito masculino, Chrsitian Sprenger comemorou muito a vitória, vaga olímpica, seu primeiro sub-1 minuto na prova (e o primeiro do mundo no ano também), nadando para 59”91. O campeão mundial Brenton Rickard nadou 1’00”13 e garantiu presença nos Jogos também. Sprender passou muito forte (27”78) e mesmo com a melhor volta de Rickard, a distância aberta na ida foi suficiente para garantir o primeiro lugar a Sprenger. Desde que os trajes foram banidos, apenas sete homens conseguiram nadar abaixo de 1’00 na prova.

Mas a melhor prova do dia foi protagonizada pela nadadora de 22 anos que promete ser um dos principais nomes da seleção australiana. Kylie Palmer, vice do mundo ano passado no 200 livre, levou o 400 com um ótimo 4’03”40, novo recorde australiano da prova, com um segundo parcial muito forte. Ela esteve pouco a frente a segunda colocada, Bronte Barrat (4’05”74) até a virada dos 200, quando disparou e colocou um segundo de vantagem a cada 100 metros. As parciais de Palmer:  59”78; 2’01”28 (1’01”5); 3’02”87 (1’01”59) ; 4’03”40 (1’00”53), para marcar o terceiro melhor tempo do ano no mundo. Destaque ainda para o terceiro lugar da atleta de apenas 14 anos, Remy Fairweather, que nadou 4’08.