Rafael Nadal começou a temporada disposto a acabar com a incômoda série de derrotas para Novak Djokovic em finais e voltar aos títulos. A última taça do espanhol foi em Roland Garros, há quase um ano. A épica decisão do Australian Open e a sólida campanha em Indian Wells mostraram um novo tenista. Consistente no fundo de quadra como sempre, mas tentando encurtar os pontos e buscando winners ao invés das longas trocas de bola.

Dores no joelho incomodam Nadal
Nessa semana em Miami, o vice-líder do ranking mundial abandonou na semifinal, sem ao menos entrar em quadra para enfrentar Andy Murray. Motivo? O velho problema no joelho esquerdo que o incomoda há muito tempo e chegou a tirá-lo de Wimbledon em 2009.
No primeiro Grand Slam do ano, Nadal sentiu dores e resolveu descansar durante o mês de fevereiro para estar 100% nos Masters de março e na importantíssima temporada de saibro que vem por aí. Parece que não deu certo. Em entrevista coletiva, Rafa afirmou que as dores eram insuportáveis e que vai trabalhar duro para voltar em Monte Carlo, aonde defende o título, no meio de abril.
O estilo de jogo do espanhol joga contra. Sua força física faz com que chegue em todas as bolas e lute até o fim em todos os pontos, mas acaba com seus joelhos. É nítida a diferença entre seu jogo e o de Roger Federer, por exemplo. O suíço parece não se esforçar em quadra. Além dos pontos de graça que ganha com seu saque, encurta as trocas de bola e o backhand de uma mão também ajuda bastante. Nadal é da escola espanhola tradicional, que preza pelos longos ralis e não têm o saque como arma fundamental.
A dúvida que fica é se Nadal tem joelhos para aguentar o doloroso circuito por muito tempo. O tenista sempre deixa claro em suas entrevistas que deveriam existir mais torneios no saibro, piso lento que é seu predileto e machuca menos suas pernas. Cada vez mais vemos as quadras rápidas engolindo as de terra batida. Três Grand Slams, seis Masters 1000 e o ATP Finals. E nunca é demais lembrar que Rafa tem apenas 25 anos e já possui um longo histórico de lesões devido ao esforço sobre-humano que faz dentro de quadra.
Raquetadas– Com o joelho e a cabeça sem problemas, Novak Djokovic ficou com o título em Miami. Seu terceiro nas quadras da

Novak Djokovic e seu 11º troféu de Masters 1000
Flórida, 30º na carreira e 11º de nível Masters, que o iguala a Pete Sampras em taças dessa categoria. Fica atrás apenas dos 16 de Andre Agassi e dos 19 de Federer e Nadal. O sérvio mostra a todos que pode sim repetir a campanha fenomenal do ano passado.
Entre as mulheres, destaque para a ótima semana de Agnieska Radwanska. A polonesa vêm jogando muito desde o final do ano passado e tem tudo para incomodar as líderes do ranking. A número um Victoria Azarenka caiu nas quartas e viu sua incrível série de 26 vitórias consecutivas e sua invencibilidade em 2012 irem embora. Nada que preocupe ou apague o brilho da temporada da bielorussa até aqui.
A equipe brasileira já está em São José do Rio Preto para o confronto contra a Colômbia pelo Zonal Americano da Copa Davis. No próximo final de semana, Thomaz Bellucci, João “Feijão” Souza, Marcelo Melo e Bruno Soares comandam o Brasil. É bom tomar cuidado com Alejandro Falla, Santiago Giraldo, Juan Sebastian Cabal e Robert Farah. Será duelo pra ser decidido no quinto jogo.

Guilherme Daolio é Jornalista e Radialista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Apaixonado por tênis por influência de seu pai, acompanha o esporte desde pequeno. No momento em que Djokovic, Federer e Nadal polarizam as quadras, Guilherme arrisca suas raquetadas por aqui. Novidades, projeções, análises, informações, apostas e tudo que envolva a bolinha amarela vira assunto.
O nosso colunista já passou pela Rede Record e pelo Portal IG. Hoje é editor de texto da ESPN Brasil e louco por tênis.
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