O Masters 1000 de Monte Carlo terminou este domingo sem maiores surpresas. Decisão entre os dois principais favoritos, oitavo título de Rafael Nadal sobre o saibro monegasco e Thomaz Bellucci alternando lampejos de maestria com momentos de total descontração.

Nadal e seu oitavo troféu de Monte Carlo
Nadal foi, mais uma vez, brilhante no torneio e levantou o caneco sem ceder nenhum set. O espanhol só perdeu uma vez no charmoso torneio, em 2003, diante do argentino Guillermo Coria, quando ainda tinha 16 anos. De lá pra cá foram 42 vitórias consecutivas, apenas oito parciais cedidas e um inédito octacampeonato. Dos seus incríveis 20 títulos de nível Master – recorde absoluto –, quase a metade foi conquistada no Principado de Mônaco. Nada mal.
A 47ª taça da carreira traz consigo algumas respostas e afirmações. Após as sete derrotas, todas em decisões, para Novak Djokovic no último ano, Nadal reagiu e mostrou força logo no início da temporada de saibro, seu piso preferido. Mais do que isso, coloca de volta no circuito aquele Nadal mentalmente imbatível de dois anos atrás. Seus joelhos também responderam bem ao esforço da semana e não o impediram de lutar até o fim em todos os pontos, apesar das dores. Em toda a carreira, Nadal perdeu apenas 18 jogos na terra batida. Seu aproveitamento é superior aos 96% e, indiscutivelmente, é um dos maiores nomes da história do saibro e do esporte.
Djokovic tirou forças de onde não tinha para alcançar a final. A morte de seu avô no início da semana influenciou negativamente seu desempenho durante toda a semana. Claramente desconcentrado, o sérvio não teve a menor chance contra o espanhol. Ao menos somou importantes pontos que o deixam ainda mais folgado no topo do ranking mundial.
Bellucci – O brasileiro entrou em Monte Carlo buscando vitórias para se manter no top 50 quando forem descontados os pontos da semifinal de Madri no ano passado. Passou pelo bom Kevin Anderson na primeira rodada e atropelou o número 6 do mundo David Ferrer, no que pode ser considerado o maior triunfo de sua carreira. Depois de Nadal, Ferrer é o maior especialista em saibro da atualidade. Bellucci sacou muito, neutralizou os golpes do espanhol e, com muita agressividade, buscou as linhas desde o início.
Com a lesão de Juan Monaco, o paulista viu a chave aberta e poderia reencontrar Djokovic nas quartas de final, mas sucumbiu ao holandês Robin Haase. Mais do que o jogo pesado do adversário, Bellucci perdeu para si mesmo. Não acertou a mão no serviço, fez más escolhas de golpes e, como tem sido comum, parou em um rival pior ranqueado que ele.
O que preocupa não é a derrota de forma isolada, mas o fato de que o brasileiro não engrena após vitórias espetaculares. O que falta para Bellucci ser um top 20 é a parte mental, pois jogo para isso ele tem. Os atletas dessa faixa embalam com as vitórias e entram ainda mais fortes nos jogos seguintes. Bellucci não. Quando nosso número um precisa tomar as rédeas da partida, parece sofrer um apagão e se perde após erros bobos. Muito preocupante.
Nessa semana acontece o fortíssimo ATP 500 de Barcelona e o ATP 250 de Bucareste. Bellucci desistiu do torneio espanhol por conta de uma lesão no abdômen. João Feijão Souza defende quartas de final na Romênia.
Guilherme Daolio é Jornalista e Radialista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Apaixonado por tênis por influência de seu pai, acompanha o esporte desde pequeno. No momento em que Djokovic, Federer e Nadal polarizam as quadras, Guilherme arrisca suas raquetadas por aqui. Novidades, projeções, análises, informações, apostas e tudo que envolva a bolinha amarela vira assunto.
O nosso colunista já passou pela Rede Record e pelo Portal IG. Hoje é editor de texto da ESPN Brasil e louco por tênis.
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