Há pouco mais de três meses, sócios do Sport Club Corinthians Paulista aproveitavam a manhã de tempo aberto do sábado para tomar sol ao lado da piscina olímpica do clube, localizado na zona Leste da cidade de São Paulo. Era perto das 10h30 da manhã e os nadadores infantis (13 e 14 anos) já tomavam banho e se preparavam para ir embora. Quem
chegasse àquela hora não podia imaginar que, desde as 7h, quatro equipes do clube já tinham feito ali o último treino da semana: o infantil (13 e 14 anos), comandado por Danilo Lima, o juvenil (15 e 16 anos), sob os olhares do técnico Paulo Augusto, o júnior (17 e 18 anos), supervisionado pelo técnico Leonardo Tmasello e a equipe principal, com Carlos Henrique Matheus e Wlad Veiga como técnicos e Thieli Monzani como assistente – ela também cuida da parte burocrática e auxilia no juvenil. Completam a natação do clube o mirim (8 a 10 anos), do técnico Bira, e o petiz (11 e 12 anos), comandado por Henrique Oliveira, que não treinam aos sábados.
O trabalho da temporada tem colhido frutos em todas as categorias. O Corinthians terminou na terceira posição do Troféu Maria Lenk, o campeonato nacional absoluto de natação, foi campeão brasileiro júnior pela primeira vez e vice no brasileiro juvenil. O Brasileiro de Infantil ainda não foi disputado, mas no final de semana a equipe venceu o Campeonato Paulista da categoria, título que não conquistava há dez anos (cinco se considerada a edição de verão do estadual, disputada sempre ao final do ano).
Longo prazo
Um dos segredos do sucesso do Corinthians é o trabalho feito no mirim, de onde saiu a maioria dos atletas que agora se destacam no infantil e juvenil. A equipe de 39 altetas é comandada por Bira, que trabalha no clube há 18 anos e é apontado pelos demais técnicos como um dos fatores cruciais para a força da base do clube. Além dos 39, há 21 na escolinha e Bira exalta o trabalho de qualidade feito com as crianças. “Se você não trabalha com objetivo, não desenvolve o trabalho que o Corinthians espera”. A equipe, campeã do Circuito de Mirins, treina diariamente. Os pré mirins e mirim 1 nadam quatro vezes por semana, com volume médio de 1500 a 2500 metros por dia, dependendo da idade e da época de treinamento, e os mirins 2 caem na piscina de segunda a sexta, chegando a 3 mil metros no pico, mas em média rodando 2500 metros.

Paulo Augusto treina o juvenil há três anos
Apesar da importância do resultado, Bira ressalta o lado educativo do esporte “Muitas vezes perguntam como tem tanto atleta aqui. Nessa idade você tem estratégias para motivar a criança no esporte, trabalha cidadania e educação. O esporte educa muito e eu adoro ensinar. Fazemos muitas atividades, semana da conscientização da fruta e água, noite da pizza, você não trabalha só natação”, diz Bira, que tem ajuda da assistente Elis.
A importância da transição está no discurso de todos os técnicos, assim como o foco no treinamento aeróbico e em “todos nadarem tudo”, com muito medley, e ainda sem diferenciação de velocistas, meio fundistas e fundistas até chegar no Junior. Paulo Augusto, ex atleta da casa e técnico do juvenil, ressalta a importância da formação porque se trata de atletas de base, que não desenvolveram totalmente. ”Considero juvenil uma categoria de base. Claro que quero que eles nadem bem, mas o principal foco é formação. O melhor é ver esses atletas daqui a um ou dois anos dando os melhores resultados no júnior e sênior”.
Dentro desse planejamento, é apenas no juvenil que os atletas começam a dobrar, uma vez por semana, e no mesmo período do treino – o ideal seria de madrugada, mas como moram e estudam longe, não seria possível. Os treinos chegam no máximo a 7 mil, mas a média é de 6 mil por dia. Dos 25 atletas da equipe juvenil, nove são integrantes da Seleção Brasileira. Técnico da Seleção Paulista três vezes, Paulo Augusto fala que o foco é nos campeonatos brasileiros, e o Paulista de meio de ano tem uma importância adicional por ser seletiva para o Chico Piscina.

Corinthians volta a vencer Paulista infantil após 5 anos
O foco no brasileiro vale também para o infantil. Danilo Lima, técnico que começou em 2001 dando treino no Guarujá e a partir de 2002 passou a treinar a equipe petiz da Unimonte, na época polo do Corinthians em Santos, está no terceiro ano à frente do Infantil. Hoje a equipe tem 41 atletas, 28 treinando no Corinthians e os demais em polos. O volume máximo chega a 6,5 mil metros e a média são 6 mil diários. Há preparação física, mas sem musculação e dobra. Também atleta na juventude, ele exalta o bom entrosamento entre todos os membros da comissão técnica da equipe, que tem um planejamento do mirim ao sênior.
Comum aos técnicos também é a rigidez nos treinos. “No treino acho que a postura tem que ser de cobrança. A partir do momento que tem empenho, você tem um bom desempenho. Às vezes não acontece, por isso tem que trabalhar muito a cabeça. O pior da natação é que você treina muito para aguentar o treino. Ainda mais nesta idade, a rotina não tem como ser diferente, porque você está formando a base do atleta. Às vezes depois de alguns anos, com o organismo acostumado, você pode até treinar menos”, diz Danilo, que tem Caio Leal como assistente técnico – mesma posição que Danilo ocupou por anos antes de assumir uma equipe. O nervosismo antes das competições também é inevitável aos técnicos. “A gente amadurece, mas toda competicao tem o friozinho na barriga. E para nós é uma emoção e uma situação muito legal. Eu gosto de passar por isso, é uma coisa muito boa”, afirma Paulo Augusto.
1 Comentário
MATÉRIA COM AS CATEGORIAS DE BASE NO SITE ESPORTE EM PAUTA | Corinthians Natação
[...] MATÉRIA – ESPORTE EM PAUTA Share this:TwitterFacebookGostar disto:GostoBe the first to like this. Esta entrada foi publicada em Uncategorized. ligação permanente. ← PROGRAMA CLICK ESPORTIVO ESPECIAL SOBRE NATAÇÃO [...]
Deixe um comentário