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  • A história por trás da vaga 2: Ariana Kukors

    29/06/2012 por Beatriz Nantes em Coberturas, Home, Natação, Notícias, Personagens / Sem comentários

    Olhando o currículo das nadadoras que compunham a final do 200 medley nos Trials ontem, Ariana Kukors poderia ser apontada como favorita. Recordista mundial desde 2009, quando ganhou o campeonato em Roma, e terceira colocada na edição do ano passado, ficou fora da última Olimpíada por 8 centésimos, ao terminar em terceiro na prova, nos Trials de quatro anos atrás. Mas Caitlin Leverenz melhorou muito neste ano, Beisel nadaria relaxada e mostrou que estava em forma após a vaga no 400 medley, Pelton tem um borbo e costas fortes. Ela sabia que tinha tantas chances de fazer o time, tanto como ficar fora. E se ficasse fora, tinha decidido parar de nadar.

    Na noite anterior à prova, Kukors não conseguia dormir. Pediu para sua irmã mais nova, Mattie, segurar sua mão. “De repente, ela adormeceu. Senti cãimbra no braço, me mexi um pouco. Ela acordou perto das 5 horas da manhã, e senti que ela pegou minha mão e segurou de novo”, afirmou Mattie à reportagem da ESPN veiculada hoje.

    “Para cada Michael Phelps e Ryan Lochte no mundo, superstar que às vezes parecem imunes à pressão dos Trials, há outros 10 como Ariana Kukors, que lutam com os demônios internos que surgem com o fato de você ter que decidir sua carreira em 130 segundos. Eles tem sucesso não apenas pelo seu talento, mas também pelo grupo que os suporta. Um técnico. Uma irmã. Uma mãe. Um pai. Um namorado. Uma esposa”, resume o repórter Wayne Drehs.

    No caso de Kukors, irmã do meio de três mulheres, como ela mesma diz em seu perfil no twitter, se definindo como irmã orgulhosa antes mesmo de atleta profissional (Proud middle sister, disneyland nut, coffee addict, closet piano player and singer, professional swimmer). Todas nadadoras, elas chegaram a competir uma contra a outra, mas em nada atrapalhando a relação. “É uma coisa de irmã, você mexe com uma, mexeu com todas”, define a mãe. Todas estavam presentes na arquibancada da prova com uma camiseta dizendo “Team Kukors” e, atrás: “When sisters stand shoulder to shoulder, who stands a chance against us?”.

    Quando bateu o recorde mundial do 200 medley em 2009, Kukors entrou para a lista dos “desconhecidos que bateram o recorde com trajes tecnológicos”. Muitos foram criticados, ela inclusive. Não criticados, mas contestados. “Sem trajes, será que eles conseguem?”. Na entrevista após a prova, questionada na zona mista sobre qual momento ela escolheria entre ter conseguido a vaga (dessa vez com uma vantagem de 25 centésimos sobre a terceira colocada) para os Jogos e o recorde mundial, respondeu, se segurando para não chorar: “This, right here. I just saw my sister and my mom and.. this is the most emotional moment”.

    Kukors esteve em terceiro até a parcial do peito. Chegou a estar em quarta após o costas, se recuperou durante o estilo peito e encostou em Pelton, com quem travou uma disputa acirrada até o último metro, vencendo por 25 centésimos. Ela disse que, ao tocar a mão na parede, ela não conseguia olhar para trás e estava aterrorizada e dizia a si mesmo para virar e simplesmente olhar. E quando virou, viu o número 2 ao lado do seu nome.

    Sua irmã e suas irmãs também não conseguiam olhar. “Eu olhei para cima, vi o número e pensei ‘É um dois.’ Ela vai. Nós vamos”.

    Veja aqui o vídeo da prova e a comemoração da nadadora com a família

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    • Ariana Kukors
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