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  • Análise: as chances de medalha da natação brasileira em Londres

    20/07/2012 por Beatriz Nantes em Londres 2012, Natação, Notícias / Sem comentários

    O seleção brasileira de natação chega a Londres com 19 nadadores, 15 homens e 4 mulheres, capitaneados pelo primeiro e único campeão olímpico da história do país na modalidade, César Cielo. Quatro anos depois de conquistar duas medalhas em Pequim, Cielo continua sendo a principal esperança de medalha da equipe.

    Neste ciclo olímpico, a CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos) determinou índices ainda mais fortes do que os índices A exigidos pela FINA. O resultado é uma seleção com menos representantes do que em Pequim, quando levamos 24 nadadores, mas onde todos os que estarão nos Jogos tem chances reais de chegar ao menos às semifinais, inclusive os únicos dois revezamentos classificados, o 4×100 livre e medley masculino – em Pequim, um dos motivos para o número maior de atletas foram os critérios mais brandos para os revezamentos, com cinco deles classificados (os mesmos de Londres, além do 4×200 masculino e 4×100 livre e medley feminino).

    Cielo e o favoritismo no 50 livre
    Mais do que o ouro em Pequim, o ciclo olímpico de César Cielo é o que credencia o atleta a levar o bicampeonato. De todas as provas da natação em Londres, podemos dizer que o 50 livre masculino é uma das que tem o maior favoritismo. Nenhum nadador chegou a ameaçar Cielo nesses quatro anos – o único que conseguiu, fazendo o melhor tempo da história sem trajes, ainda não superado por Cielo, foi Fred Bousquet, que falhou nas seletivas francesas e não estará em Londres.

    Campeão mundial das duas edições de longa, em 2009 e 2011, recordista mundial da prova e líder do ranking em 2009, 2011 e 2012, Cielo é o homem a ser batido no 50 livre. Seu tempo no Maria Lenk este ano, 21”38, é 21 centésimos melhor do que o segundo colocado, diferença considerável para uma prova de 50 metros.

    Para a prova de 100 livre, mesmo com o bronze em Pequim e detendo o recorde mundial, conquistado quando foi campeão mundial em 2009, Cielo não chega como favorito, mas não pode ser descartado da briga. James Magnussen, campeão mundial em Shangai-2011 – quando Cielo ficou fora do pódio – é o grande nome a ser batido, depois de nadar para 47”10 e se aproximar do recorde mundial de Cielo feito com trajes, feito que antes parecia inatingível já para este ciclo. A marca de Cielo nessa temporada é apenas a sétima melhor, mas seu melhor tempo feito sem traje, alcançado no PAN de Guadalajara, o colocaria como terceiro de 2010 para cá – ano em que os trajes foram banidos.

    França e Thiago Pereira: no bolo
    Felipe França no 100 peito e Thiago Pereira no 200 medley chegam a Londres com chances de medalha, mas sem condição de favoritos para tal, dado que nunca chegaram ao pódio nessas provas em Mundiais. França,  especialista no 50 peito e que tinha muita dificuldade para nadar o 100, melhorou muito desde 2009 e tem o terceiro melhor tempo desta temporada.Ano passado estava bem para o Mundial de Shangai, mas nadou mal a semifinal e ficou fora da disputa de medalhas, o que seria um bom teste para sua evolução no 100.

    Já Thiago vem de duas Olimpíadas e Mundiais em que bateu na trave na prova. Embora a natação mundial esteja em alto nível em todas as provas, não é leviano afirmar que o 200 medley é hoje a mais forte do mundo – a única em que um nadador bateu sem trajes um recorde estabelecido com eles, e outro se aproximou tanto da marca. Falo de Ryan Lochte e Michael Phelps, que devem protagonizar uma disputa a parte. Thiago deve lutar pelo bronze mais uma vez contra o fortíssimo Lazslo Cseh, que vem da esocla húngara de nadadores de medley e foi prata em Pequim, inclusive ganhando de Lochte e atrás apenas de Phelps.

    Revezamentos
    Os dois revezamentos masculinos tem chances de pódio, embora tenham que nadar um pouco a mais do que está no papel para chegar à medalha. No livre, a atual campeã mundial Austrália está muito à frente, com os dois únicos nadadores abaixo de 48″ na temporada e um time muito consistente. Mas os EUA são sempre muito fortes e Phelps já saiu do 200 livre para focar nesse revezamento, que significa muito para os americanos. No papel, os franceses estão de igual para igual com os EUA, e o Brasil teria que furar esse bolo.

    No medley, o Brasil ficou em quarto no Mundial de Roma. Cielo fechando faz toda a diferença, e hoje a parte mais “fraca” é o borboleta. Thiago quer muito nadar esse revezamento e deve abrir de costas, a menos que Daniel Orzechowski supere o 53”86 feito na final do Maria Lenk por Thiago. Os EUA são favoritos na prova que só perderam uma vez em Olimpíadas, e o Japão é muito forte também. França, Austrália e Alemanha também tem ao menos um nadador que desequilibra e outro muito forte, e brigam junto com o Brasil.

    Beatriz Nantes é criadora do Esporte em Pauta e apaixonada por natação desde que se entende por gente

     

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