O quarto dia de disputas do Brasil Open, em São Paulo, seguia como outro qualquer. Boas partidas durante a rodada vespertina e as maiores atrações para a noite na quadra central. A eliminação de Juan Monaco e a confirmação de Nicolas Almagro deram o tom inicial do dia, com público ainda tímido no complexo do Ibirapuera. Thomaz Belluci e Rafael Nadal eram as atrações principais.
Eram e foram, mas de formas totalmente diferentes. O melhor brasileiro no ranking mundial entrou em quadra com total favoritismo sobre o italiano Filippo Volandri, mas o que poderia ter sido uma vitória tranquila se tornou uma derrota muito doída pra o paulista. Em um dia ruim, em que não conseguiu encaixar os golpes, que o saque não entrou e a regularidade de Volandri incomodou muito, a derrota foi o menor dos problemas. O ótimo público que quase lotou a quadra central, vaiou muito o brasileiro após o jogo. Em entrevista coletiva, Bellucci mostrou o incômodo com a situação e lamentou a falta de apoio da torcida brasileira com o principal tenista da casa. Jogou mal? Sim, mas nada que justifique a torcida contra.
Os poucos lugares que estavam vagos foram tomados pelo público que atrasou por conta da forte chuva que assolou a capital paulista nesta quinta-feira. Atração maior e cabeça de chave número um, Rafael Nadal enfrentaria o último brasileiro vivo na chave de simples, João Souza. O popular Feijão disse antes do jogo que seria agressivo em busca da vitória. E foi. Sem medo de cara feia e sem ligar para a enorme diferença de ranking e currículo, foi para cima do espanhol com o que tinha. Os bons saques e os poderosos forehands funcionaram até metade do primeiro set, quando Nadal entrou no jogo e mostrou sua habitual categoria no saibro. A segunda parcial teve o mesmo roteiro. Feijão teve suas chances, mas o espanhol sempre elevava o nível quando ameaçado e, com uma quebra solitária, fechou a partida: 6-3 e 6-4. O brasileiro fez o que pôde e trouxe a torcida contigo. Pontos para ele.
Mas o melhor momento ainda estava por vir. A entrevista coletiva de Nadal após o jogo já seria uma ótima chance de conversar com o dono de onze títulos de Grand Slam, mas uma entrevista exclusiva para os canais ESPN foi o ponto alto do dia. Com ótimo humor e muito simpático, Nadal respondeu a todas as perguntas feitas pelo companheiro e amigo José Renato Ambrosio, brincou com sua paixão pelo Real Madrid e assinou uma bolinha de Roland Garros de nosso repórter. Um momento que ficará guardado para sempre na história deste que lhes escreve.
Muito legal também ver mais uma vez tenistas e ex-tenistas juntos, brincando e dando risada. As presenças de Fernando Meligeni, Flávio Saretta e Ricardo Mello alegraram os bastidores do Brasil Open. Nesta sexta, os destaques ficam por conta das quartas de final da chave de simples e das presenças brasileiras nas semifinais de duplas. Thomaz Bellucci e Feijão tentam uma vaga na final, que pode ser 75% brasileira se Bruno Soares e o austríaco Alexander Peya confirmarem o favoritismo do outro lado. O Esporte Em Pauta continua cobrindo o maior torneio de tênis do país até domingo.
Guilherme Daolio é Jornalista e Radialista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Apaixonado por tênis por influência de seu pai, acompanha o esporte desde pequeno. No momento em que Djokovic, Federer e Nadal polarizam as quadras, Guilherme arrisca suas raquetadas por aqui. Novidades, projeções, análises, informações, apostas e tudo que envolva a bolinha amarela vira assunto.
O nosso colunista já passou pela Rede Record e pelo Portal IG. Hoje é editor de texto da ESPN Brasil e louco por tênis.
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