Depois de acabar com a natação adulta do clube, a diretoria do Flamengo resolveu encerrar as atividades competitivas de ginástica artística e judô. Na ginástica, o clube carioca abrigava nomes como os veteranos e medalhistas de Mundial Diego e Daniele Hypólito e Jade Barbosa, além de Sérgio Sasaki, este uma das revelações da ginástica artística masculina, conseguindo o melhor resultado da modalidade em individual geral na história (10a posição em Londres).
A reação foi de perplexidade e revolta com a decisão. Atletas e técnicos se disseram surpresos, e comentaram que souberam da notícia pela imprensa. O técnico Renato Araújo disse que chegou a fazer reuniões com a nova diretoria, onde lhe foi passado que a ginástica era uma das prioridades do clube. Ele recebeu uma proposta do clube para trabalhar com a base, mas disse que não vai aceitar. “Eu trabalho com seleção brasileira há anos e vou largar tudo para ficar trabalhando com a base? Eles querem que eu peça demissão? Isso eu não vou fazer. Se quiserem, que me mandem embora”, disse ao Globo Esporte.
Renato comentou ainda sobre a necessidade de continuar no Rio de Janeiro para continuar sendo parte do Time Rio, que ajuda financeiramente atletas que treinam na cidade. Sem o clube no Rio de Janeiro, os ginastas ficam em situação complicada para cumprir essas exigências.
Diego, que representa o clube há 19 anos, reclamou de nunca ter deixado o clube, mesmo após receber propostas maiores, e se disse indignado com a forma como soube da notícia. Ele está treinando no Pinheiros com apoio do COB após o ginásio pegar fogo no final do ano passado. “O futebol é o carro-chefe e esse não é o meu motivo de decepção.O dinheiro para manter esses atletas (da ginástica) é ridiculo. Não é nada comparado ao custo que a própria natação tinha. Só o salário do Cielo bancaria. Um salário de um jogador de futebol banca. Falta de respeito porque não procuraram uma solução”, afirmou ao Globo Esporte.
Alexandre Póvoa, novo vice presidente de esportes, disse em entrevista coletiva na sede do clube que houve tentativas de conversar com o COB, prefeitura e governo do estado para tentar um apoio em dinheiro, mas nada foi oferecido. “Na prefeitura houve uma discussão mais em torno do futebol. No governo, houve uma ajuda da Loterj para o basquete. No COB só nos foi oferecido apoio logístico, com centro de treinamento, ajuda em construções para o remo e coisas do tipo. Mas nenhum dinheiro vivo nos foi oferecido”, afirmou.
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