Não é trivial alguém que exponha de forma tão contundente um objetivo desse tamanho (tenho até minhas dúvidas se é bom). Mas uma coisa não dá para negar: Diego é corajoso.
Há uma infinidade de links compartilhados hoje em dia, que valem ou não a pena ser lidos. Seguindo a tendência de outros sites (como o OENE e o Recorrido), começo hoje a compilar links interessantes sobre esporte em geral.
Quando nossos ginastas ganham uma Copa do Mundo, tem “torcedor” que reclama que eles não ganham Mundiais. Quando eles ganham Mundiais, tem “torcedor” que reclama que eles não ganham Olimpíadas. Quando eles ganham Olimpíadas, tem “torcedor” que reclama que eles ainda não foram pra Marte competir a Copa Intergalática.
A ginástica artística brasileira voltou da Copa do Mundo de Anadia, em Portugal, com bons resultados. Foram cinco medalhas, marcando a ótima fase de Arthur Zanetti, mas também um belo recomeço para Jade Barbosa e Diego Hypólito, que cada um a seu modo, teve resultados abaixo do esperado no final do último ciclo olímpico.
Depois de acabar com a natação adulta do clube, a diretoria do Flamengo resolveu encerrar as atividades competitivas de ginástica artística e judô. A reação foi de perplexidade e revolta com a decisão. Atletas e técnicos se disseram surpresos, e comentaram que souberam da notícia pela imprensa.
A ginástica masculina brasileira já começa bem os Jogos. Nessa edição seremos representados por três ginastas: Sérgio Sasaki, Arthur Zanetti e Diego Hypólito, o que coloca essa participação como um fato inédito na história da nossa ginástica. Aqui vai uma para você ficar por dentro das probabilidades do Brasil nos Jogos
Sérgio Sasaki é o melhor ginasta individual geral do Brasil de todos os tempos. O potencial dele já era claro desde quando era um ginasta juvenil. No Pan-americano juvenil, em 2009, a equipe brasileira foi campeã pan-americana, deixando os Estados Unidos na segunda colocação. Sérgio somou nessa equipe com as melhores notas e nas finais individuais ainda foi ouro no individual geral, no solo, no salto e na paralela, além de bronze nas argolas.
Até duas semanas atrás, Diego Gomes e Diomar Souza tinham o índice B da prova e eram os representantes do Brasil em Londres; nos últimos dois fins de semana, Fabiano Peçanha correu para 1m45s31 na Copa Rio Grande do Sul de Atletismo e Kleberson Davide marcou 1m45s32 no Torneio FPA Adulto, ambos abaixo do índice A da prova. Definição ocorrerá no Troféu Brasil
A imprensa tem comentado exaustivamente a mudança de status na ginástica artística, com a seleção masculina, que tem em Diego Hypólito o nome mais conhecido e premiado, conseguindo resultados melhores do que a seleção feminina. Antes do PAN, no Mundial de Tóquio, os meninos subiram ao pódio duas vezes, com Diego (bronze, solo) e Arthur Zanetti (prata, argolas) já garantiram vaga em Londres; já a equipe feminina não consegiu a classificação e precisará disputar o pré-olímpico para tentar se garantir em 2012.No PAN, a disparidade ficou escancarada.
Nos resultados, foram três ouros para os homens, incluindo título inédito na competição por equipes, e as mulheres fora do pódio nessa disputa pela primeira vez desde Mar del Plata (1995). Mais do que isso, declarações pouco sutis evidenciam um certo raxa dentro da equipe feminina, com Daiane se colocando a favor da volta da seleção permanente e Daniele, ao contrário, se posicionando totalmente contra e exaltando sua melhora na nova fase em comparação com 2008.
Polêmicas a parte,vale a pena ressaltar alguns pontos dessa seleção masculina que vem de fato evoluindo muito.
+Técnico
Marcos Goto e Renato Araújo são os técnicos da seleção masculina e parecem muito importantes para a vitória. Marcos Goto em especial me chamou a atenção quando vi os vídeos de Arthur Zanetti no Mundial de Londres em 2009 e 2011. Em 2009, com apenas 19 anos, ele chegou à final das argolas e ficou em quarto lugar; este ano, pulou para o segundo lugar e se credencia como um potencial à medalha no ano que vem. Nas duas vezes, Marcos comemora muito após a exibição do atleta.
Mais interessante ainda, em uma entrevista de 2009, quando treinava a seleção juvenil, Goto deu a seguinte declaração após um bom resultado: – Eles foram bem? Que ótimo! Então merecem mais treino. Quanto mais eles treinarem, mais rápido vão conseguir os resultados.
O técnico é a alma de uma equipe. É a referência para o atleta e geralmente a primeira pessoa com quem ele quer comemorar após uma vitória. Um técnico que exalta a importância do treino ganha o respeito de sua equipe e um técnico que não descansa e deixa claro os objetivos é essencial para a evolução da equipe nos últimos anos.
Vídeo da prova que deu a prata a Arthur:
+União
Parece clichê mas me chamou a atenção, na procura por informações sobre os atletas, a exaltação da união entre eles, que tanto vem sendo colocada como fator crucial para o bom desempenho, presente já em vídeos e declarações antes da disputa do Mundial e do PAN. Em todas as apresentações dos atletas, os dois técnicos e o restante da equipe estavam na área ao lado torcendo e vibrando muito, como pode ser visto nesta matéria que foi ao ar no Jornal Nacional. Notem como todos estão envolvidos pela apresentação dos companheiros.
Também representativo e para mim um dos vídeos mais emocionantes que vi sobre o PAN foi a reação dos atletas quando descobriram que levaram o ouro por equipes.
Este é o ponto chave. Diego deu uma declaração muito sensata sobre o mal estar no time feminino: “Até pra colocar um ponto final nessa história das meninas: o que elas têm que fazer é treinar os aparelhos”.
Assim como o técnico, Diego exaltou a importância dos treinos. Ele em particular sabe bem o que é isso. Depois da falha em 2008, caindo na apresentação do solo que o deixou atônito e muito abalado, Diego passou por problemas de lesão que o deixaram fora do Mundial ano passado e teve que operar o tornozelo, tendo um tempo menor de preparação.
Para terminar, reproduzo uma citação do blog Gym Blog Brasil, tocado por três amantes da ginástica que entendem do assunto e acompanham o desempenho dos atletas há tempos. Escrevendo sobre a prova de Arthur no Mundial reproduzida no vídeo acima, o blog chegou à seguinte conclusão:
“Mais uma vez o coração na mão… Zanetti teve a série mais limpa da competição. Argolas sem balanço, posições muito bem marcadas, cristos “zerados”…Deu orgulho de ver. A emoção tomou conta de mim, e por um momento eu pensei que essa apresentação era muito mais do que um feito inédito. Essa apresentação traduzia toda a evolução da ginástica masculina do nosso país. Traduzia o resultado de um esforço, de uma dedicação, de uma garra e uma vontade de estar ali, de fazer parte dos melhores, de conseguir disputar os Jogos Olímpicos. Essa medalha foi além do “nunca conquistada”. Ela vai ser lembrada em janeiro, quando a seleção masculina conquistará (eu acredito!) a vaga para a equipe completa em Londres 2012.”