Esporte em Pauta

Contato

Súmula

  • Reportagens
  • Personagens
  • Memória
  • Coberturas
  • Opinião
  • Joanna Maranhão: “Resolvi pensar em uma temporada por vez”

    27/03/2013 por Beatriz Nantes em Natação, Notícias, Personagens / Sem comentários

    Joanna Maranhão, 25 anos, é a nadadora mais completa do Brasil em ação hoje. Os dados não mentem: entre piscina curta e longa, são oito recordes brasileiros e seis sulamericanos, duas finais e duas semifinais olímpicas em três participações nos Jogos. Seu quinto lugar no 400 medley em Atenas é o melhor resultado da natação feminina na história, igualando a colocação de Piedade Coutinho em 1956. Em Londres, foi a única brasileira a avançar das eliminatórias, na prova de 200 medley.

    De volta ao Recife e aos treinos com Nikita depois de um ano e meio defendendo o Flamengo, Joanna fala nesta entrevista sobre o treinamento para o Maria Lenk, a volta à sua cidade, a situação de seu patrocínio com o Correios e sua relação com o 400 medley: “Não importa se é 1×400 medley na competição ou 5 no treino, dói sempre e é uma sensação sem igual quando eu completo e nado bem”.

    De volta aos treinos com Nikita

    :: Veja aqui todas as entrevistas do Especial Nadadoras.

    Como está a volta ao Recife e aos treinos com o Nikita? Está feliz com o retorno a sua cidade? 
    Estou muito feliz em estar perto de minha família novamente, é bom tê-los por perto, ver minha mãe todos os dias, almoçar aos Domingos com minha avó, sair pro cinema com meu irmão, eu sentia muita falta disso. E esse bem estar está sendo refletido nos treinos e no trabalho com Nikita, eu confio muito nele, muito mesmo, como treinador, chefe, amigo, pai, ele é o cara mais honesto que eu já conheci, honesto até demais, rs. Enfim, não tenho do que reclamar de minha vida em Recife.

    Você tem oito recordes brasileiros no total, e há dez anos reina absoluta no Brasil nas provas de medley. Está priorizando a preparação para alguma prova este ano? Como está sua “relação” com o 400 medley?
    Treinando com Nikita eu não tenho escolha, rs. Ele prefere os 400 medley e os 200 borboleta, são provas características do treino dele e ele diz “você nasceu pra isso, ainda tem muito pra tirar” e se ele diz, eu assino embaixo. Minha relação com os 400 medley está ótima, as pessoas as vezes pensam que existe algum tipo de trauma, mas não, a prova em si é muito desgastante física e mentalmente, mas pra mim, foi esse desgaste de anos e de marcas a serem batidas que me fez continuar, é desafiador. Não importa se é 1×400 medley na competição ou 5 no treino, dói sempre e é uma sensação sem igual quando eu completo e nado bem.

    Qual sua expectativa para o Maria Lenk e qual o principal objetivo competitivo para o ano? 
    A expectativa é conseguir índices para o Campeonato Mundial de Barcelona, meu treinamento está voltado para isso, espero que a competição seja forte e que de preferência alguma estrangeiras seja contratada nas minhas provas, elas são ótimas referências para mim.

    Duas finais em Atenas-2004 (Foto: Satiro Sodré)

    Como está sua rotina de treinamentos hoje e como será a preparação até o Maria Lenk?
    Bem pesada!Faco 10 treinos semanais na água, 3 sessões de musculação/treinamento funcional e 2 a 3 treinos de corrida na esteira; no Domingo embarquei para Sierra Nevada na Espanha para finalização dos treinos fortes e início de um breve descanso pro Maria Lenk, sou o tipo de atleta que não pode ter o chamado “polimento” eu destreino muito rápido, tenho que manter um certo volume e intensidade nos treinos.

    Desde o meio de 2011 você comentou sobre como ficou mais confiante, voltou a nadar bem o 400 medley, fez um ótimo PAN, depois o índice olímpico no Open e foi a única semifinalista da natação feminina em Londres. Como está sua motivação para esse início de ciclo olímpico?
    Vem crescendo porque resolvi pensar em uma temporada por vez; não vislumbro 2016, vislumbro daqui a um mês, enxergo o descanso que vou ter daqui a pouco para voltar a piscina as 17h e fazer o melhor treino que eu puder, é assim que vou construir meu resultado.

    O que você achou da estrutura adotada pela CBDA, de colocar o Vanzella como treinador da seleção feminina, a realização da clínica e de treinamentos conjuntos dos atletas da seleção? 
    Tudo muito bom mas até agora nada de resultados, concorda?Na minha opinião 4 anos é pouco, muito pouco pra sair de uma semi-final em Londres pra várias finais e medalha como o Vanzella vislumbra para 2016. Foram anos e anos sem apoio concreto pra natação feminina e agora querem despejar tudo e resolver no último ciclo, espero que as mais novas não sintam essa pressão. Eu discordo de muita coisa, por exemplo: pra quê tanta mídia e exposição de campeonato sulamericano juvenil? Você vê a Rosicleia do judô indo pra campeonato sulamericano juvenil de judô?Não, ela só viaja pra competição grande porque pra base tem outro responsável e é assim que deve ser, não adianta ganhar competição na américa do sul, isso não é parâmetro pra quem quer medalha em 2016.

    Sobre o patrocínio dos correios, eu vou começar a receber agora referente a fevereiro porque disseram que como atrasei na papelada, meu salário de Janeiro não vai ser pago, rs. Minha pergunta: pra onde vai esse meu suposto salário de Janeiro?E outra: onde estava a confederação logo após Londres quando meu patrocínio foi cortado?Nós podemos esperar 5 meses pela renovação, eles não podem esperar 1 mês pra que a gente organize uma papelada burocrática pra mandar. Percebeu como as coisas funcionam? Tudo unilateral e beneficiando a confederação, é bastante complicado.

    Foto de capa: Joanna Maranhão/CBDA

    • Tweet
    • Tags:
    • Especial Nadadoras
    • joanna maranhão

    Deixe um comentário

    Postando o comentário...

    Receber os comentários deste post via e-mail

    • Twitter