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  • Fracasso nos Jogos não pode ser determinante para o ostracismo do atleta

    17/09/2012 por Rui Barboza Neto em Atletismo, Notícias, Opinião / Sem comentários

    A Samsung Diamond League se encerrou no dia 07/09. Para quem não conhece, a competição é uma Liga, composta por várias etapas, realizadas em diversas cidades do mundo ao longo do ano. São convidados atletas de vários países para compor cada prova da competição. Normalmente vão os melhores do planeta. A cada etapa os três primeiros colocados somam pontos e no final do ano o atleta que somar a maior pontuação fatura o farto prêmio da competição (40 mil dólares e um troféu de diamantes).

    Fabiana Murer foi a única atleta do Brasil a figurar na lista final da Liga. Isto já demonstra que ela é a nossa principal atleta na modalidade. Mas o fato dela terminar em segundo lugar no fim da sessão ratifica o destaque mundial que é. Poderia citar os títulos e marcas que ela já alcançou, mas vou me ater a esta competição, pois neste ano, por conta da sua participação abaixo do esperado nos Jogos Olímpicos, ela foi acusada de estar em má forma. Não é verdade. Fabiana liderou até a última etapa a Liga. Ela enfrentou quase todas as mesmas atletas que estavam em Londres, portanto o resultado é expressivo. E perdeu a primeira colocação na etapa final para a alemã Silke Spigelburg, que venceu esta última etapa.

    Para conquistar o vice-campeonato, Murer pontuou em cinco etapas das seis que participou. Na etapa de Doha ela não foi. Silke conquistou o troféu pontuando em quatro de cinco participações, deixando de participar de duas etapas. E por que um bom resultado deste não tem muito destaque? Pois infelizmente no Brasil os Jogos Olímpicos determinam a fama ou não do atleta. Não querendo tirar a importância dos Jogos, na minha opinião um campeão olímpico merece todos os louros da conquista, ele é único. Mas uma coisa não exclui a outra. O fracasso nos Jogos não pode ser determinante para o ostracismo do atleta. E isso acontece aqui inúmeras vezes. Quero ressaltar que mesmo com a falha nos Jogos, Fabiana Murer continua figurando entre as melhores atletas do mundo em sua prova.

    Para se ter uma ideia aqui vão alguns dos atletas que abocanharam os primeiros lugares na soma das etapas da Samsung Diamond League: Bolt, o fenômeno do atletismo conquistou o título dos 100m e o vice nos 200m; o domenicano Lugelin Santos (prata em Londres)  ficou com o vice nos 400m rasos. Outro extraordinário atleta, o queniano David Rudisha, recordista mundial dos 800m rasos, ficou em segundo lugar. Nos 110m com barreira o campeão olímpico Aries Merrit levou o troféu de diamante para casa. O britânico Robert Grabarz, medalha de bronze em Londres, faturou a Liga no salto em altura. No salto com vara, o campeão foi ninguém menos do que o recordista olímpico, o francês Renaud Lavillenie, medalha de ouro em Londres.

    No feminino, Carmelita Jeter, prata em Londres, também ficou em segundo no final da Liga, na prova dos 100m rasos. Sanya Richards, campeã olímpica em 2012 nos 400m rasos, terminou a liga em segundo lugar. A excelente saltadora russa Anna Chicherova, que não teve muitas dificuldades em vencer os Jogos de Londres, também encerrou em segundo lugar. Valerie Adams conquistou o troféu de diamante no arremesso do peso, ela que obteve a medalha de ouro em Londres neste ano. A tcheca Barbora Špotáková, vencedora dos Jogos no lançamento do dardo também venceu a Samsung Diamond League.

    Com tantos nomes de peso entre os vencedores fica difícil duvidar da capacidade da nossa atleta. Outro ponto a se destacar é a ausência de mais brasileiros na classificação final, ratificando a fragilidade brasileira na modalidade. Se quiser entender um pouco mais pode ler em um post anterior meu. Mas mesmo sem muita participação de nossos atletas, a Samsung Diamond League tem sempre atrativos e vale acompanhar. A corrida pelos diamantes volta no próximo ano, com mais excelentes disputas entre os principais atletas do mundo.

    Rui Barboza Neto é bacharel em Esporte pela Escola de Ed. Física e Esporte da USP, treinador de atletismo e preparador físico da Associação a Hebraica de São Paulo. Foi comentarista do UOL nas provas de salto com vara e em altura

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