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  • Opinião: Esporte de verdade

    07/07/2013 por Beatriz Nantes em Destaque, Opinião / 1 Comentário

    Esporte é feito de atletas. Por isso, um esporte de verdade só existe se é formado por atletas de verdade.

    Atletas que entendem que estar em uma final, qualquer que seja, é sempre uma honra e deve ser tratada como tal.

    Um atleta de verdade, como Murray, sabe perder. Eu e todos os outros, meramente torcedores, vemos Murray algumas poucas vezes por ano. Ouvimos ele dizer que “Wimbledon do ano passado foi um dos momentos mais difíceis da minha vida” enquanto tomamos nossa cerveja de domingo. Mas você sabe o que é levantar todos os dias, segunda, terça, quarta, quinta, sexta e sábado, pegar sua mochila e ir treinar, sabendo que talvez tenha desperdiçado a chance da sua vida?

    E continuar fazendo isso na outra semana, e na outra, e o ano inteiro, para Murray, e seis anos inteiros, como Bartoli?

    Atleta de verdade, como Djokovic, vende caro qualquer derrota. Acredita na vitória até o final, mesmo quando a torcida, o vento, o placar e a lógica estão contra. Ser atleta não é apenas não desistir nunca, é acreditar até o último segundo que dá mesmo para virar, que as estatísticas não valem nada contra o sangue que corre na sua veia. E amanhã começar tudo de novo.

    Atleta de verdade sente quando perde, e jamais fala que “isso não significa nada”.

    Atleta de verdade, como Álvaro Filho, medalha pela primeira vez em um Campeonato Mundial Absoluto, sabe de onde veio, e sabe que ao chegar na elite do mundo você carrega junto suas raízes. Como Álvaro Filho, um atleta de verdade não brinca durante o jogo – atleta de verdade reverencia seu esporte, não faz piada enquanto o pratica -, mas sim comemora quando salva um de seis match points quando o primeiro set já foi, e pode assim subir no pódio com dignidade para receber sua prata, levando junto o chapéu que representa o lugar onde você nasceu.

    Atleta de verdade sabe que vitória alguma se conquista sozinho, sabe exaltar seu Ivan Lendl ou seu Ricardo que fazem toda a diferença.

    Atleta de verdade faz força nos últimos metros, mesmo sabendo que o campeão, o vice e o bronze já chegaram. Terminar uma prova com dignidade, de qualquer esporte que seja, é honrar sua trajetória, valorizar o campeão.

    Quem não entende isso pode até ser bom de jogo, pode até ganhar muito dinheiro, mas jamais entenderá o que é esporte.

     

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    1 Comentário

    • Não, amigo, você não tem um nome a zelar. Ou: Epichurus também é autoajuda. « Epichurus

      [...] (aí sim) é uma saúde a zelar. Em outras palavras, perca dos caras que você ganhava outrora com espírito esportivo (como consolação é válido se queixar com os pregos seus amigos no email que aquele cara que [...]

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