Uma das modalidades olímpicas mais bem sucedidas no Brasil, o vôlei de praia começou o novo ciclo olímpico com mudanças polêmicas no país e no mundo. Dentro de quadra, o Brasil saiu da primeira etapa do Circuito Mundial sem pódio, e neste domingo (5) viu a dupla formada por Talita e Taina vencer o Grand Slam de Shangai.
A mudança começou pela FIVB (Federação Internacional de Vôlei), que adotou o formato de seleções: a partir de agora, só podem representar o país atletas indicados pelas confederações nacionais, substituindo o ranking mundial, critério de classificação para grandes torneios válido até o ano passado. Outra mudança foi o fim do qualifying, que possibilitava que duplas fora das primeiras posições do ranking conseguissem vagas restantes para o torneio – agora, as competições já começam na fase de grupos.
A mudança levou a insatisfação por parte dos atletas, que reclamam da falta de critérios claros das federações nacionais e da possibilidade de ingerência das federações. No Brasil, poucos atletas se manifestam, com medo de represálias, já que agora dependem da indicação da CBV para participar de torneios internacionais. Nos EUA, a tricampeã olímpica Walsh lidera as reclamações junto à FIVB.
No Brasil, a situação ainda tem como agravante a necessidade dos atletas convocados treinarem juntos no Centro de Saquarema, com os técnicos da seleção. Juliana, pentacampeã do Circuito Mundial, não se apresentou à apresentação oficial e ficou fora da seleção até a última semana. Juliana fazia dupla com Larissa, que parou de jogar por um tempo para ter filho, e tem um centro de treinamento primeiro mundo em Fortaleza. Depois dos resultados fracos da seleção nas primeiras competições do ano, Juliana foi reconvocada e passará a treinar em Saquarema – condição para conseguir participar dos torneios internacionais.
Na prática, além de restringir o número de atletas que podem competir ao longo do ano (antes possível via qualifyng), a medida ainda bagunçou a formação das duplas, uma vez que em alguns casos um dos atletas foi convocados e os parceiros não – caso de Bárbara e Ágatha, campeãs do Circuito BB na última temporada. A primeira foi convocada, e a segunda ficou de fora. Com a volta de Juliana, mais uma dúvida: se ela fizer mesmo dupla com Maria Elisa, como tinha anunciado, com quem jogará Bárbara Seixas?
Dentro de quadra
Depois de sair de Londres-2012 com duas medalhas, uma de prata no masculino e uma de bronze no feminino, o Brasil viu a aposentadoria de dois grandes atletas: Larissa, pentacampeã do Circuito Mundial, e Pedro Cunha, aposentado aos 29 anos alegando desmotivação após as Olimpíadas e cansaço das exigências do esporte profissional.
Na abertura do Circuito Mundial, realizada em Fuzhou, na China, o Brasil saiu sem medalhas. Sem Juliana, ainda cortada da seleção, e sem Emanuel e Alison, que se recupera de uma luxação no dedo, o país esteve desfalcado de seus principais atletas e teve como melhor resultado o quarto lugar de Ricardo e Álvaro Filho, parceiro do jogador desde a aposentadoria de Pedro Cunha. No feminino, Ágatha e Maria Elisa e Lili e Barbara Seixas terminaram em quinto lugar.
No Grand Slam de Shangai, o desempenho foi melhor: na final, disputada no domingo, Talita e Taiana bateram as austríacas Schwaiger por 2 a 0, depois de superaram as brasileiras Maria Clara e Carol na semifinal, que acabaram com a medalha de bronze. No masculino Pedro e Bruno ficaram em segundo lugar, enquanto Ricardo e Álvaro foram bronze.
Deixe um comentário