O futebol feminino entrou no programa olímpico em Atlanta-1996. Desde então, apenas duas seleções chegaram às semifinais em todas as edições, os Estados Unidos e o Brasil. A primeira chegou a todas as finais e venceu três delas, perdendo apenas para a Noruega em 2000. Já o Brasil tem um histórico de quatro derrotas no último jogo do torneio: duas vezes perdendo a disputa pelo bronze, em 1996 e 2000, e duas vezes perdendo a final, em 2004 e 2008. Em ambas as vezes, a equipe perdeu dos EUA na prorrogação, e a partida entre as duas é um dos maiores clássicos do futebol feminino.

EUA é um dos principais rivais do Brasil
2011 e início de 2012 fracos
Para aumentar a rivalidade contra as norte-americanas, o Brasil perdeu mais uma vez, nas quartas de final da Copa do Mundo do ano passado, nos pênaltis, depois das americanas empatarem nos últimos minutos. 2011, aliás, não foi um bom ano para o Brasil, que saiu precocemente da Copa do Mundo e não chegou a impressionar na primeira fase (uma edição antes, o Brasil tinha chegado à final, quando perdeu da Alemanha), e ficou com a prata no PAN, perdendo para o Canadá.
Este ano, o Brasil disputou um torneio amistoso junto com Estados Unidos e Japão, que fizeram a final da Copa do Mundo ano passado, com vitória inédita das japonesas. Sem Marta, o Brasil teve um desempenho medíocre: perdeu de 4×1 do Japão e de 3×0 dos EUA, depois de ter perdido um amistoso contra o Canadá.
Apesar da qualidade reconhecida de todas as jogadoras brasileiras, alguns especialistas vem afirmando que, pela evolução dos outros times, sem Marta o Brasil tem se mostrado um time na média – não ruim, mas Marta é um diferencial muito relevante da Seleção. Contribui para isso o fato das outras Seleções terem mais jogadoras disputando as ligas de times nos EUA e Europa e mais amistosos no calendário, jogando mais vezes juntas, ganhando entrosamento, enquanto no Brasil há poucos amistosos (no feminino…) e não há um campeonato de times consistente. Como comparação, os EUA já disputaram 13 amistosos este ano, enquanto o Braisl só jogou três, e sem o time completo.
O caminho das pedras em Londres
O Brasil caiu em um grupo teoricamente fácil na primeira fase, com Camarões (estreia olímpica, derrotou a favorita Nigéria no continental, mas a própria comissão técnica fala em pegar experiência em Londres, que será o primeiro torneio internacional de peso da história do país), Nova Zêlanda (conseguiu vaga da Oceania sem Austrália) e Grã Bretanha (a única que deve dar mais trabalho ao Brasil, também caiu nas quartas de final na Copa do Mundo ano ano passado).

Japão ganhou ouro inédito na última Copa do Mundo
As maiores favoritas a chegarem às semifinais são, além de Brasil e EUA, as atuais campeãs mundiais japonesas, a tradicional Suécia, terceira na Copa do Mundo em 2011 e França, que fez a semi final contra as suecas e cresceu muito no último ciclo. Canadá também vem crescendo e pode surpreender. Uma das principais ausências é a Alemanha, campeã mundial em 2007 sobre o Brasil e bronze olímpicas nas últimas três edições. Eliminadas pelo Japão nas quartas de final na Copa do Mundo ano passado, ficaram sem uma das duas vagas europeias para as Olimpíadas.
Se o Brasil fizer o esperado e passar em primeiro na primeira fase, deve pegar Canadá ou Coreia do Norte nas quartas, mas se terminar em segundo pode enfrentar uma das favoritas já nessa fase. Se o Brasil jogar seu potencial todo, tem chances de conquistar o ouro inédito. Jorge Barcellos, que comandou o time em Pequim e depois saiu da Seleção, está de volta e terá chances de trabalhar o entrosamento das jogadoras no treinamento na Granja Comary, de 4 a 29 de junho, e depois em um torneio amistoso na Suiça, com a presença de Nova Zelândia, Canadá, Rússia e duas seleções ainda não definidas.
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