A atuação de Benjamin Boukpeti em Pequim tinha tudo para ser uma das histórias mais bonitas dos Jogos Olímpicos de 2008, mas acabou sendo alvo de polêmica. Boukpeti, na época com 27 anos, desbancou favoritos e conquistou o terceiro lugar na canoagem slalom, um bronze que seria a primeira medalha de Togo nos Jogos. O atleta fazia história, mas havia pisado no país africano, de cerca de 5,8 milhões de habitantes, apenas uma vez.
Nascido na França, chegou a tentar entrar no time do país, mas não conseguiu a vaga na forte seleção francesa. Filho de mãe francesa e pai nascido no Togo, ele pode competir com a nacionalidade do país que foi colônia da França até 1960. A única visita a Togo – até a medalha – foi ainda criança, para ver a avó.
Crédito: Kirsty Wigglesworth/AP
A distância do atleta com relação ao país que defendeu nos Jogos sucitou polêmicas sobre a representatividade da bandeira erguida no pódio. O debate à época questionava o sentido de países pobres da África serem representados por atletas com base fora do país – ou se o melhor seria não ter representante algum -, e se o COI deveria ter regras mais duras – e em contrapartida, ajudar a financiar mais o esporte em países carentes.
Ano passado, Boukpeti foi mal no Campeonato Mundial na Bratislava, e não conseguiu a classificação para as Olimpíadas, restando como última seletiva a vaga continental. Na semana passada, a vaga foi disputada no Campeonato Africano de Canoagem, e o atleta acabou ficando em segundo lugar, superado pelo nigeriano Johnathan Akinyemi, que ficou com a vaga para os Jogos.
1 Comentário
Caio
Discussão parecida acontece no basquete brasileiro com a tentativa do norte-americano Larry (um dos melhores jogadores do NBB) de se naturalizar brasileiro para integrar a seleção nos Jogos de Londres. A diferença é que ele joga aqui há um bom tempo, mas não deixa de ser um plano B.
07 fev 2012 08:02 pm (@Twitter)
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