
Joanna Maranhão está longe de ser um consenso na natação brasileira fora d’água. Não gostaria de entrar nesse mérito mas para mim isso é parte de minha admiração por ela: como poucos na natação, tem atitude. E dentro d’água, é muito raçuda.
Impossível não pensar que de 2004 para hoje houve um tempo enorme em que ela melhorou pouco. Em termos de tempo, estagnou mesmo: isso é um fato concreto, fez 4’40 em Atenas com 17 anos e hoje, 7 anos depois, nadou para 4’40″79, conquistando o índice para Londres. Muitos poderiam dizer: não fez mais que a obrigação, e pelo ciclo natural, fazer 4’40 não deveria ser motivo de comemoração.
Só que a vida, quem é atleta sabe – quem vive de verdade deveria saber – nem sempre segue o “ciclo natural”. É maravilhoso quem se mantém sempre melhorando, e por isso são os ídolos desse esporte atletas como Michael Phelps, Lochte, Pellegrini. Mas não consigo deixar de ver a beleza de quem cai e consegue voltar. Talvez se manter competindo depois de atingir o ápice, cair e ter dificuldade para voltar seja igualmente se manter no auge, ao menos do ponto de vista mental. Isso não é trivial: não é fácil se ver piorando. Não é fácil continuar acordando, arrumando a mala do treino, indo para a piscina, musculando, sentindo dor, sentindo cansaço, todo os dias, dando a cara a tapa nas competições, virando mais um ano desejando melhorar, piorando de novo, ficando na mesma de novo.
Mas é por isso que ela é atleta.
Arrisco dizer que esse 4’40″79 de hoje vale mais que o de 7 aos atrás.
Joanna Maranhão, mais uma vez olímpica.

Joanna depois de conseguir o índice em 2008

Joanna em Atenas, 2004

Joanna depois de fazer 4’40 em Pequim, depois de quatro anos sem repetir o tempo
Graciele participou no PAN de sua primeira seleção absoluta e ficou a 3 centésimos do índice na ocasião, quando conquistou a medalha de prata. Agora, com o índice, tem 2012 para focar exclusivamente nos Jogos. Mais informações sobre a nadadora você encontra aqui: https://londres365dias.wordpress.com/2011/10/24/quem-e-graciele-hermann/.
É muito difícil tirar qualquer conclusão da primeira competição de Thorpe após o anúncio de que está de volta às piscinas. A escolha de duas provas que estão longe de ser sua especialidade já foi estratégica para isso. O que dá para dizer: Thorpe está em forma, seu crawl no medley estava estranho (braçada curta, muito diferente do estilo que assombrou o mundo no início da década passada). Pouco além disso.