O destaque do segundo dia de Brasil Open foi Rafael Nadal. Logo cedo, o espanhol concedeu concorrida entrevista coletiva no hotel em que os jogadores estão hospedados e, como de praxe, não teve papas na língua. Criticou a nova regra dos 25 segundos para sacar, mais uma vez colocou a boca no trombone com o calendário que prioriza as quadras rápidas e disse que ainda sente desconforto no joelho esquerdo, mas que a lesão melhora a cada dia. Afirmou ainda que um título no Brasil seria ilógico e que no momento busca apenas adquirir ritmo de jogo e melhorar a cada instante.

Terça-feira de carnaval e de casa cheia. O complexo do Ibirapuera recebeu quase 9 mil pessoas no feriadão e deve ter deixado muito dirigente da ATP de queixo caído. Esse público seria surpreendente até em uma primeira rodada de alguns Masters 1000. Ponto para São Paulo. Claro que o calor extremo na quadra principal continuou, mas isso não desanimou os presentes, que lotaram até a quadra secundária para ver Nadal bater bola com David Nalbandian.

Dentro de quadra, destaque para a vitória tranquila de Bruno Soares e Alexander Peya na chave de duplas. Tive a oportunidade de conversar com o duplista mineiro de manhã pela ESPN e ele se mostrou muito tranquilo e confiante em repetir o título dos últimos dois anos. Ainda nas duplas, André Sá perdeu logo na estreia e se despediu, para tristeza de sua simpática família, que o acompanha desde ontem.

O susto do dia ficou por conta de, adivinhem, Thomaz Bellucci. O número um do Brasil precisou de três longos sets para confirmar o favoritismo sobre o jovem gaúcho Guilherme Clezar. O paulista demorou para entrar no jogo e pegar o quique da bola, enquanto Clezar já havia feito três jogos no qualificatório e estava completamente adaptado. Que sirva para Bellucci ganhar confiança e ir longe. Seu próximo adversário será o mesmo que o derrotou na semifinal do ano passado, o italiano Filippo Volandri.

Mas a grande maioria dos presentes queria mesmo era ver Nadal em ação. Jogando duplas junto com Nalbandian, Rafa foi aplaudido de pé em sua entrada na quadra central após às 22h30. O público não arredou o pé e viu ótimos lances da dupla formada pelo espanhol e pelo argentino. Os dois venceram e fecham novamente a programação nesta quarta. Em alguns momentos Nadal mancou e levou a mão às pernas. Tomara que não preocupe para a estreia em simples, marcada apenas para quinta-feira. Seu adversário, aliás, pode ser João Souza, o Feijão, que encara na estreia o experiente espanhol Ruben-Ramirez Hidalgo.

Guilherme Daolio é Jornalista e Radialista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Apaixonado por tênis por influência de seu pai, acompanha o esporte desde pequeno. No momento em que Djokovic, Federer e Nadal polarizam as quadras, Guilherme arrisca suas raquetadas por aqui. Novidades, projeções, análises, informações, apostas e tudo que envolva a bolinha amarela vira assunto.

O nosso colunista já passou pela Rede Record e pelo Portal IG. Hoje é editor de texto da ESPN Brasil e louco por tênis.