Alessandra Marchioro está leve. Na quarta-feira, ela conquistou o índice para seu primeiro Mundial de piscina longa – competição mais importante da natação junto com as Olimpíadas – na prova de 50 livre. Com 25”17, ela garantiu sua classificação junto com Graciele Herrmann (25”10), na única prova da natação feminina que terá duas representantes em Barcelona até o momento.
Natural de Curitiba, Alessandra sempre treinou na cidade, mesmo defendendo clubes do Rio de Janeiro nos últimos dois anos. Inicialmente, ela nadava pelo WS Natação, clube que defendia quando foi campeã brasileira pela primeira vez, em 2006, quando era infantil 1, na prova de 100m peito. “Minha carreira sempre foi uma escada. Comecei ganhando regional, ai estadual, brasileiro de categoria. Eu sonhei muito, e agora estou aqui”. Foi também no peito que Alessandra ganhou sua primeira medalha em competições absolutas, aos 15 anos, na prova de 50m peito.
Em 2010, Alessandra foi o destaque do Brasil nos Jogos Olímpicos da Juventude, realizado em Cingapura, terminando em quarto lugar no 50m livre e 50m peito, e quinto lugar no 100m livre.
Curiosamente, Graciele Herrmann, sua principal concorrente no Brasil hoje, também ganhou sua primeira medalha de brasileiro em provas de peito. “A rivalidade é muito importante, às vezes na hora do treino você pensa nisso, que a outra está treinando, e dá um up”. Foi Graciele quem representou o Brasil nas Olimpíadas no ano passado, em Londres, onde Alessandra Marchioro também esteve presente pelo projeto Vivência Olímpica do COB, que levou jovens promessas para assistir a competição.
Alessandra chegou a nadar perto do índice para os Jogos no ano passado, quando defendeu o Fluminense, com 25”63, a 43 centésimos da marca. No final do ano, se classificou pelo o revezamento e integrou a seleção brasileira no Mundial de Istanbul, onde chegou à semifinal no 100 e 50 livre, e à final no revezamento 4×100 livre.
Este ano, Alessandra passou a defender o Botafogo – mas continua com a mesma estrutura, em Curitiba, treinando com o técnico Adolfo Deluca. Ela passou a integrar ainda o Time Nissan, que passou a patrocinar 24 atletas no início deste ciclo olímpico. “Gostei muito do patrocínio, além da visibilidade maior, o apoio que eles estão dando por trás, com cursos de social media, além do carro”. Ela também comemora o aumento de incentivo da CBDA para a natação feminina. “A gente sempre ficou na sombra, acho que só faltava isso, incentivo diferente. Eles estão vendo agora que a gente tem como crescer”.
Depois do índice no 50 livre, Alessandra nada amanhã o 100m livre em busca de um lugar no revezamento. “O foco era o 50 livre, claro, mas queria a vaga no revezamento. Agora que eu estou garantida estou muito leve, então acho que vai dar para nadar bem, e também quero muito nadar esse revezamento com as meninas lá”.
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