Modalidade amplamente dominada por asiáticos, em especial a China – 24 dos 28 ouros disputados em Olimpíadas desde que a modalidade virou olímpica, em 1988 – o tênis de mesa conta hoje com melhora na estrutura para os brasileiros. Maior participação em torneios internacionais, vinda de técnico estrangeiro e uma geração nova forte, que coexiste com veteranos na seleção (em especial Hugo Hoyama e Ligia Silva).
Em Londres, a participação foi mediana. As representantes no feminino, Caroline Kumahara e Ligia Silva, venceram na fase preliminar e depois foram eliminadas para atletas com ranking melhor na primeira rodada. Na disputa por equipes, o feminino (que teve as duas mais Gui Lin, chinesa naturalizada brasileira a poucas semanas dos Jogos) perdeu para a superior Hong Kong na estreia, resultado já esperado, por 3 a 0. O mesmo aconteceu no masculino contra a Coreia do Sul. No individual, Hugo Hoyama e Gustavo Tsuboi entraram direto na primeira rodada e perderam. Gustavo não jogou bem e perdeu de atleta indiano de ranking inferior, enquanto Hoyama conseguiu enfrentar de igual para igual seu adversário, um chinês naturalizado polonês que era favorito. O jogo foi muito duro e a derrota veio por 4 a 3, no último set.
Daqui para frente
O novo ciclo olímpico começou com presença de brasileiros em etapas internacionais do Circuito Mundial, Thiago Monteiro participando da Copa do Mundo e a chegada de um técnico estrangeiro no país, Ricardo Antônio Gonçalves de Faria. Técnico de Portugal nas duas últimas Olimpíadas, Ricardo levou o país ao quinto lugar em Londres no equipes masculino. Ele passa a acompanhar os jovens destaques do Brasil, e ainda ministrou um curso de formação de técnicos para 20 profissionais em São Caetano.
O melhor brasileiro no ranking hoje é Cazuo Matsumoto, número 96 do ranking mundial. Ele não foi a Londres e já está há tempos na seleção. O segundo é Gustavo Tsubiu, na 107 posição, seguido de Thiago Monteiro, número 114, enquanto Hoyama é 227. Thiago participou recentemente da Copa do Mundo de Liverpool, vencendo a Taça Continental disputada antes da competição, credenciando o atleta a ser o representante da América Latina na competição. Hoyama terá 47 anos nas Olimpíadas do Rio e será difícil participar, mas não há como duvidar dele – recomendo esse vídeo muito divertido de entrevista com o jogador.
Uma das grandes “promessas” da nova geração é Hugo Calderano. Carioca de 16 anos, ele foi sexto no ranking mundial sub-15. Ele trocou o Rio de Janeiro por São Caetano para treinar em janeiro de 2011, e agora passa por estágio de três meses de treino na França, no Insep, casa de atletas de alto rendimento de várias modalidades olímpicas. Hugo participará em novembro de duas etapas do Pro Tour adulto e do Mundial Juvenil em dezembro.
No feminino, Caroline Kumahara, de 17 anos, é hoje a melhor brasileira no ranking mundial, em 189, sua melhor colocação da carreira. Caroline esteve em Londres, classificando-se pelo Pré Olímpico das Américas e também é campeã da Copa Latino-Americana, realizada na Costa Rica. Ligia Silva, que já esteve em três Olimpíadas, é a número 244 e Gui Lin é 272, pouco a frente de Jéssica Yamada, número 274. Antes das Olimpíadas, Jéssica estava a sua frente e causou polêmica a escolha da chinesa naturalizada para compor a equipe olímpica.
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