“Some people create with words or with music or with a brush and paints. I like to make something beautiful when I run. I like to make people stop and say, ‘I’ve never seen anyone run like that before.’ It’s more than just a race, it’s a style.” Steve Prefontaine
Como a história de um quarto lugar nas Olimpíadas de 1972 transcende gerações e seu protagonista é até hoje inspiração para uma corrida nos Estados Unidos? Na mesma edição dos Jogos que Steve Prefontaine foi 4o lugar na prova dos 5.000 metros, depois de passar a primeira volta na frente, Mark Spitz conquistava sete ouros e ofuscava qualquer atleta da delegação olímpica americana. A morte prematura de Prefontaine em um acidente de carro, no entanto, ajudou a transformá-lo em inspiração para muitos corredores.
Ainda que tenha sido um dos poucos resultados internacionais de Prefontaine, a única participação olímpica esconde uma carreira de sucesso para o jovem, que tinha apenas 21 anos quando competiu em Munique. Com uma perna maior que a outra, Pre, como era conhecido, detinha o recorde nacional das cinco provas de longa distância do atletismo – com uma melhora meteórica durante os anos do colégio e faculdade.
Quando calouro na escola de Marshfield, ele ficou em 53o lugar em uma prova realizada no estado. Treinando duro ao longo dos anos, foi melhorando posições e terminou ganhando tudo no estado no último ano, o que chamou a atenção do renomado técnico Bill Bowerman. Este, apontado como um dos principais personagens a transformar a corrida em um esporte popular, algo impensável hoje em dia, com centenas de corridas de rua acontecendo ao longo do ano. Não à toa, Bowerman foi um dos fundadores da Nike.
Apesar dos grandes resultados de Prefontaine, o treinador tinha trabalho com ele na Universidade de Oregon. Pre tinha dificuldades em focar nas estratégias de corrida: começava muito forte, sem se preocupar se aguentaria ou não o final, se cobrava nos treinos. Alguns corredores que, posteriormente, quebrariam os recordes deixados por Prefontaine, comentam da inspiração vinda dele sobre a importância de treinar duro. A vontade de treinar não é surpresa se levamos em conta as palavras de Walt McClure, que treinou Pre no colegio e fala que a escolha pelo atletismo não veio de cara, mas de uma frustração de Pre por ser muito pequeno para jogar futebol.
Durante a faculdade, ele ganhou quase tudo que disputou e foi imbatível nas provas de longa distância no NCAA, ganhando os quatro torneios de Track & Field e três de Cross Country – o único que não venceu foi em 1972, quando competiu nas Olimpíadas. No vídeo abaixo, a prova de 5.000 metros, que chegou a liderar, mas acabou caindo para a terceira posição, e perdeu a medalha nos últimos metros – terminando em quarto lugar.
Prefontaine treinava forte para uma melhor performance olímpica em 1976, quando chegaria a Montreal como um dos favoritos ao ouro, que perdera quatro anos antes.
Em 1975, Pre tinha o recorde americano de todas as provas entre os 2 mil e os 10 mil metros, mesmo treinando e trabalhando em um bar por meio período – em função das regras que não permitiam que se ganhasse mais do que US$ 3 por dia provenientes do atletismo. O último destes recordes foi estabelecido em 9 de maio de 1975, em Marshfield, marcando 5″01″40 para 2.000 metros. No ano seguinte, a prova já levaria seu nome. Isso porque, no final de maio, um acidente de carro encerraria precocemente a vida de Prefontaine com apenas 24 anos.
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