Contando com mais de 300.000 expectadores durante as duas últimas semanas de Janeiro, o Campeonato Masculino Europeu de Handebol realizado na Sérvia teve em seu último dia um desfecho à altura de toda a emoção, competitividade e alto nível apresentado ao longo de todo o torneio. Foi diante de 19.800 torcedores fanáticos na arena de Belgrado que a Sérvia sucumbiu à Dinamarca por dois gols em uma partida que por um lado mudou o significado do esporte para a Sérvia e por outro ratificou a tradição e o histórico de excelentes resultados da Dinamarca.
O Handebol na Europa é grande e é o melhor do mundo. A igualdade entre seus competidores e o grau de competição com o qual o esporte é jogado no velho continente são tão grandes que é preciso organizar um torneio qualificatório prévio capaz de escolher os 16 times participantes do torneio principal. Este contou com duas fases distintas: a fase de grupos, onde 4 grupos de 4 seleções se enfrentaram e os 3 melhores avançaram à próxima fase e a fase final, onde 2 grupos de 6 seleções se enfrentaram e os 4 melhores avançaram às semininais.
Parafraseando um dos chavões do futebol brasileiro, não existe time bobo no handebol europeu. Desde a primeira fase, todos os jogos foram jogaços. Muito disputados e vencidos em sua maioria por um ou dois gols de diferença no último minuto, trazendo muita emoção. A França, até então uma das favoritas ao título por deter a tríplice coroa (ouro olímpico, campeonato mundial e europeu) não chegou a se classificar entre os 6 melhores times e ficou de fora da fase decisiva da competição. Por outro lado, algumas seleções surpreenderam ao longo do torneio. A jovem seleção da Macedônia foi embalada por sua torcida fanática e conseguiu um quinto lugar após 14 anos sem disputar o campeonato Europeu. Já o time da casa, apesar de não ser considerado favorito ao título e nem ser brilhante técnica e taticamente conseguiu o feito inédito de chegar à final.
Foram muitos os destaques coletivos e individuais nesse Europeu. O All-star team, composto por jogadores de 8 países diferentes, teve que deixar de fora grandes estrelas do mundial como os goleiros Niklas Landim (Dinamarca), Hombrados (Espanha), Allilovic (Croácia), tão fundamentais para suas equipes e muitos jogadores excelente como o croata Lackovic, o esloveno Gajic e o espanhol Dani Sarmiento, entre outros.
Landim e Hansen, a dupla de ouro dinamarquesa
A disputa da medalha de bronze entre Croácia e Espanha resultou na vitória croata por 31-27, liderada por Cupic e Lackovic e ajudada pelo cansaço espanhol. Já na grande final, a surpresa sérvia contou com o apoio da torcida e com as notícias da vitória de Djokovic em um jogo histórico e do seu time de pólo aquático no campeonato europeu. Não foi o suficiente, com o time sucumbindo por dois gols frente a uma Dinamarca sólida e de dois jogadores com enorme poder de decisão. Niklas Landim, goleiro dinamarquês de 23 anos fez defesas inacreditáveis nos momentos importantes e Mikkel Hansen, talentoso meia equerdo chamou para si a responsabilidade de marcar sempre que sua equipe mais precisou. Graças à vitória, a Dinamarca está classificada para os jogos olímpicos de Londres. Já os demais times se enfrentarão em 3 torneios qualificatórios com 4 times cada, em que os dois melhores classificam-se. O Brasil disputará sua vaga olímpica com a Suécia, Hungria e Macedônia em abril.
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