Grande potência dos saltos ornamentais, vencendo praticamente tudo na modalidade desde as Olimpíadas de 2000, a China chegou às Olimpíadas de Londres com o objetivo de levar os oito ouros em disputa. Se em Pequim a meta foi frustrada pelo australiano Matthew Mitcham, que venceu a plataforma 10 metros, dessa vez a China já foi batida na prova de trampolim 3 metros. O russo Ilya Zakharov venceu a prova com uma série de alto risco, colocando fim à supremacia de quatro edições dos chineses na prova. Mas restava ainda a plataforma 10 metros, e a dúvida era se a China perderia mais uma, ou conseguiria reaver seu título.

Daley virou sensação ao vencer Nacional com 13 anos
Esse não era o principal motivo para essa ser a prova mais esperada do programa. A torcida local esperou até o último dia para ver a prova do ídolo Tom Daley, de 18 anos. Prodígio, Daley foi campeão Mundial com 15 anos e venceu o Campeonato Nacional pela primeira vez aos 13 anos. Muito famoso no país, ele perdeu o pai ano passado e vinha também de um quarto lugar na prova de plataforma sincronizada.
A prova tinha, além de Daley, o campeão mundial chinês em 2011 Bo Qiu, o campeão olímpico na plataforma sincronizada em 2008, Yue Lin, David Boudia, prata no Mundial de 2011, e o campeão olímpico em 2008, o australiano Matthew Mitcham, que não passou da semifinal.
No primeiro de seis saltos, Daley foi mal e não teve uma boa entrada, mas conseguiu protestar e repetir o salto, por ter sido atrapalhado por flashes de máquinas fotográficas. Depois da primeira rodada, Daley estava em terceiro, e os dois chineses em quarto e quinto, mas após saltos com grau de dificuldade mais baixo. Após a segunda rodada, os chineses assumiram a ponta, seguidos do norte-americano Boudia, do alemão Wolfram, e de Daley, quinto. Wolfran errou na terceira rodada e o pódio passou a ser disputado pelos dois chineses, Daley e Boudia. Na quarta rodada, foi a vez de Lin falhar no salto, e as colocações seguiram-se até o final, com Boudia em primeiro (568.65 pontos), Qiu em segundo (566.85), e Daley em terceiro (556.95).

Ao final da prova, Qiu chorava encostado na parede (na coletiva de imprensa, ele se disse feliz de ter conseguido uma medalha em sua primeira Olimpíada, embora “desapontado com a prata”), enquanto Boudia parecia não acreditar no ouro. “O resto do mundo está chegando na China. Em uma final como hoje, havai pelo menos oito atletas com chances de vencer. Isso é saltos ornamentais!”. Já Daley viu toda a delegação britância cair na água para comemorar a primeira medalha individual nos saltos ornamentais desde 1960. Ele disse que a experiência era incrível por tudo que tinha passado: “apenas de todos os altos e baixos, a medalha está aqui!”. No Rio, Daley disse que espera “mudar a cor da medalha”.

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