Já ouvi dizer várias vezes que tudo na vida tem a ver com as expectativas. Você espera muito de uma pessoa e isso contribui para que ela te decepcione (não tenho certeza sobre isso). Você espera muito de uma balada, viagem, emprego e eles nunca são tão legais. Você coloca todas suas expectativas no alto e assim fica difícil de elas serem atingidas.
Quando consegui o credenciamento para o Mundial e conforme chegava perto da viagem, ficava pensando muito no que podia dar errado – welcome to my life. Uma das coisas que me deixava apreensiva foi que li no Media Guide que a tribuna tinha lugar marcado para alguns veículos maiores, e os demais teriam que ficar na tribuna “livre”. Ali, não poderíamos reservar lugar, ou seja, se tivessem muitos jornalistas, os demais ficariam fora e não teriam como ver as provas ao vivo. Fiquei com medo de estar no Mundial e ter que assistí-lo da TV do centro de imprensa.
Mas não. Consegui lugares ótimos na tribuna de imprensa todos os dias. Consegui a partir de algum momento dosar bem o tempo entre as provas e ver as coletivas de imprensa. Não acho que fiz a melhor cobertura do mundo, mas fiz a melhor possível dado que estava sozinha aqui.
Minha expectativa para esse Mundial era altíssima, e ela foi totalmente superada. Não sei falar quantas vezes na vida isso aconteceu comigo, mas sem pestanejar eu digo: foram poucas. Também não sei ao certo quantas vezes na vida realizei um sonho que desejei muito, mas foram menos vezes ainda.
Escrevo de Madri, três dias depois do fim do Mundial. Sinto falta da Dani, de Barcelona, da Plaza Catalunya, da minha casa em Santos e do meu namorado, mas quando isso acontece respiro fundo e me lembro da mágica que existia no ar do Palau Sant Jordi.
O melhor esporte do mundo.

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