Com o fim do EnergyAustralia Swimming Championships, realizado em Adelaide, está definido o time que defenderá o país na principal competição de natação do mundo este ano. A seleção completa terá 36 atletas na natação e 7 nas maratonas aquáticas, totalizando 43 nadadores. A imprensa australiana destacou que o time é o menor deste as Olimpíadas de Atlanta, mas muito forte – os índices estabelecidos pela Confederação foram o oitavo no Mundial de Shangai, de modo que todos os classificados tem chances reais de chegar à final em Barcelona.
Depois de uma Olimpíada muito ruim – foram 10 medalhas, sendo apenas uma de ouro, contra 20 medalhas e seis ouros em Pequim-2008 – a natação australiana passou por uma reformulação. A mudança passou pela saída do antigo head coach, Leigh Nugent, com entrada de Michael Scott em seu lugar. A saída ocorreu pouco depois da polêmica envolvendo o time masculino, com cinco atletas admitindo, em fevereiro, mau comportamento durante o trainning camp antes dos Jogos e uso do stilnox, remédio que ajuda a combater a insônia e é proibido pela Confederação Australiana, embora não seja doping.
Os resultados da seletiva mostram que os australianos estão muito fortes para retomar o top 3 da natação mundial. Para se ter uma ideia, das 34 provas que serão disputadas no Mundial, os australianos tem o melhor tempo da temporada em 11 delas – resta ainda, é claro, a seletiva americana, mas até o momento a australiana foi a mais forte de todas.
Magnussen: a revanche em Barcelona?
Não dá para dizer que Magnussen só nada bem na Austrália – afinal, ele é o atual campeão mundial do 100 livre e do revezamento 4×100 livre, títulos conquistados em Shangai, sua primeira grande competição. Mas o desempenho em Londres-2012 foi tão aquém do esperado que ficou a sensação de que ele ainda tem algo a provar. Prata no 100 livre, fora da final do 50m livre e do pódio no 4×100, Magnussen saiu de Londres sem repetir seus melhores tempos e decepcionado.
A performance em Adelaide mostra que Magnussen está bem fisicamente – resta saber o que conseguirá fazer em Barcelona. Com 21”52, Magnussen fez o melhor tempo do mundo no 50 livre, desbancando Florent Manaudou e Cielo em prova que nem é sua especialidade. No 100 livre, 47”53, também melhor marca da temporada no mundo. E de quebra ainda nadou para 1’47 na semifinal do 200 livre, prova em que nunca competiu em grandes campeonatos – ele desistiu da final da prova na seletiva e não será esse ano que veremos um 200 livre em grande estilo do australiano.
As melhores
Cate Campbell e Alicia Coutts saem sem dúvida como os grandes nomes da seleção no feminino. A primeira fez as melhores marcas do mundo este ano nas provas de velocidade, com 24″27 no 50 livre e 52”83 no 100 livre (com direito a virar 25”12 na parcial de 50 metros). Cate esteve em Londres mas não nadou bem, prejudicada por uma pancreatite e por machucar a mão quando pulava na piscina. Lá, ela foi ouro no revezamento 4×100 livre no primeiro dia, parou nas semifinais do 50 livre e não nadou o 100 livre mesmo tendo a vaga do país.
Já Alicia Coutts saiu de Londres com cinco medalhas – três em revezamentos e duas em provas individuais, o 100 borboleta e 200 medley. Foi nas duas que Coutts brilhou em Adelaide, fazendo 57”18 e 2’08”63, melhores tempos do mundo este ano. Muito versátil, ela ainda fez tempos muito fortes no 50 livre (24”96), no 50 borboleta (25”78), 50 costas (28”12) e conseguiu vaga no revezamento 4×100 livre.
Christian Sprenger
Ótima competição para o peitista que ano passado ganhou sua primeira medalha individual em Olimpíadas. Sprenger fez os melhores tempos do ano no mundo nas provas de 50m (26”90) e 100m peito (59”05) e é um dos favoritos ao pódio na prova em Barcelona.
Fundo
No feminino, o grande nome do fundo foi Bronte Barrat, que tirou a liderança do ranking mundial de ninguém menos que Camille Muffat, campeã olímpica do 400m livre. Com 4’03”52 ela é mais uma no bolo para vencer a prova que deve ser disputadíssima em Barcelona.
No masculino, David McKeon venceu com 3’43”71,segunda marca da temporada, atrás apenas do prodígio Sun Yang, o cara a ser batido nas provas de fundo atualmente. Esse tempo seria suficiente para McKeon ser bronze em Londres e retoma a tradição australiana na prova, que já teve Gratn Hackett, Kierin Perkins e Ian Thorpe como grandes ídolos.
Renovação também no 1500m livre: depois do país ficar sem nenhum atleta com índice para as Olimpíadas de Londres na prova, Jordan Harrison, treinado por Denis Cotterel, fez 14’51”02. A marca é a segunda mais forte da história para um atleta de 17 anos, atrás apenas de Perkins, bicampeão olímpico da prova.
Confira o time completo para Barcelona:
FEMININO
Alicia Coutts Ami Matsuo Belinda Hocking Brittany Elmslie Bronte Barratt Bronte Campbell Cate Campbell Emily Seebohm Emma McKeon Jessica Ashwood Kylie Palmer Megan Nay Melanie Schlanger Sally Foster Samantha Marshall MARATONAS AQUÁTICAS Bonnie MacDonald Chelsea Guebecka Danielle De Francesco Melissa Gorman MASCULINO Alexander Graham Ashley Delaney Brenton Rickard Cameron McEvoy Chris Wright Christian Sprenger Daniel Tranter David McKeon Grant Irvine James Magnussen James Roberts Jarrod Killey Jordan Harrison Kenneth To Matson Lawson Matt Targett Matthew Abood Mitch Larkin Ned McKendry Tommaso D-Orsogna Thomas Fraser-Holmes MARATONAS AQUÁTICAS Jarrod Poort
Deixe um comentário