Minutos depois de fechar o revezamento 4×100 livre para o Flamengo no Troféu José Finkel , última prova da competição, Cielo mal sabia o que esperar das férias que acabavam de começar. “É estranho assim que acaba, não sei exatamente o que vou fazer. Devo viajar nas próximas semanas, preciso voltar a sentir falta da água que hoje é algo que realmente não esta acontecendo”, brincou, repetindo o que já havia dito antes da competição.

Avaliando o ciclo olímpico, Cielo, o maior nome da história da natação brasileira com três medalhas olímpicas – sendo uma de ouro, a primeira do país na modalidade – se disse contente. “Em 2008 eu peguei a minha primeira medalha em Mundial, e desde então são cinco anos seguidos subindo no pódio. São 12 medalhas de Mundial, quatro de longa, três medalhas olímpicas”, relembrou.

“Realmente é um ciclo olímpico comparável aos melhores nomes da natação, um currículo que dá para comparar com nomes como Kitajima, com os melhores do mundo. Agora é continuar com essa pegada, sempre subindo no pódio, e desafiar os adversários sempre que chegar ao Mundial”, afirmou, depois de dizer que não tem certeza se nadará o Mundial de piscina curta, que acontece no final do ano em Dubai. “Agora são mais quatro anos, é começar do zero de novo”.

Sobre o PRO-16, programa inovador de alto rendimento que montou no Brasil no início de 2011, reunindo comissão téncica de ponta, capitaneada por Albertinho- até então técnico do Pinheiros – e alguns dos melhores nadadores do país, Cielo se diz satisfeito. “Quando eu montei, a meta era mesmo a medalha olímpica. Quando o Thiago ganhou a dele, a sensação que eu tive é que o projeto já tinha feito sentido. Quando a gente monta uma empresa, sempre tem as metas. No nosso caso, é essa coisa muito especial, uma medalha olímpica. Acho que o que a gente conquistou é muito grande”, disse, se referindo à prata de Thiago Pereira nas Olimpíadas de Londres, a primeira da carreira do atleta.

Cielo antecipou ainda que o PRO-16 tem propostas para virar time, mas que sua inteção é continuar com cada atletas em seus clubes. “O Thiago gosta do Corinthians, a gente gosta do Flamengo, tem agora o Fluminense. Não pretendo que vire um time. A ideia é continuar cada um no seu clube. Depois de 2016 a gente vê, ai começa de novo do zero, mas até lá continua”. Cielo disse ainda que prentede nadar até 2020. “Cada ano a gente vai ter um desafio de ver se eu vou conseguir continuar, se vou ter lesão, mas acho que o 50 livre me permite ficar muitos anos”, projetou o nadador.

Apesar de feliz com as férias, Cielo confessou que, com o final da competição, o objetivo para a próxima já está traçado. “Os bastidores para chegar atrás da baliza confiante a gente está fazendo. Como grupo, nós treinamos muito bem. Eu com o Nicholas fizemos três dobradinhas, o Thiago e o Leo [de Deus] treinam muito forte. Acho que o PRO-16 tem tudo para dar certo até 2016″, afirmou.

Veja aqui o áudio da entrevista com o nadador após a prova: Cielo