O tempo não foi o melhor de todos, mas a prova foi especial. Michael Phelps, que já tinha nada menos do que 20 medalhas olímpicas, das quais 12 conquistadas em provas individuais, queria nadar a última dessas da forma como se acostumou a fazer: vencendo. A parada era dura, com o embalado Chad Le Clos, que o bateu no 200 borboleta, o mordido Milorard Cavic e todos os demais, que nos últimos oito anos viram Phelps ser o maior do estilo, sonharam em batê-lo e se perguntarma: será que é possível batê-lo?

Londres mostrou que sim. Mas nessa prova, na última, não.
Mais uma vez confiando na sua parcial de volta e sem medo de passar atrás, Phelps foi apenas o sétimo nos primeiros 50, com 24”35, e mesmo errando a virada (de novo), seu submerso que revolucionou a natação mundial o colocou na briga, e o melhor nadador da história voltou para 26”86, levando o ouro. A chegada, que há quatro anos lhe valeu a sétima medalha de ouro nesta prova, dessa vez não foi boa, mas mesmo assim Phelps terminou em primeiro. Atrás dele, o jovem Chad Le Clos, que também volta muito bem (passou apenas em oitavo) e sai da competição como um dos maiores nomes da natação da atualidade. E o melhor do estilo borboleta na era pós Phelps. E como é difícil imaginar a natação depois dele.
De Baltimore para o mundo, Phelps fez o que parecia impensável. Craig Lord, em sua coluna de hoje, contou parte dos métodos de Bob Bowman depois de seu pupilo, aos 11 anos, virar após um treino e dizer ao técnico: “Eu não fico cansado”, como pisar em seus óculos para mostrar que ele podia nadar sem eles. Tudo com o apoio de Debbie Phelps, que desde sempre apoiou a forma como Bob conduziu a carreira de seu filho. Muitos perguntam, ao ver a mãe da arquibancada, onde está o pai de Phelps. O atleta mal fala dele, que também vive em Baltmore mas se afastou da família quando Phelps ainda era jovem. Em programa espcial da NBC, Phelps já disse que nunca teria conseguido sem a mãe. Que ao ver seu filho bater a mão na parede – em primeiro- abaixou a cabeça sobre suas mãos. Meio que emocionada, meio sem querer olhar o fim.
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