A natação brasileira é uma das modalidades que mais deu medalhas olímpicas ao Brasil até hoje, com 11. Nas últimas cinco edições dos Jogos, apenas em uma o Brasil não subiu ao pódio, em Atenas-2004. Na época, na transição entre a geração Gustavo Borges e Xuxa e os novos nomes, Joanna Maranhão e Thiago Pereira, então com 17 anos, foram os destaques do time brasileiro. A pernambucana terminou em quinto no 400 medley, igualando o melhor resultado da natação feminina brasileira na história. Thiago ficou na mesma posição.
Oito anos se passaram e os dois trilharam caminhos diferentes. Joanna jamais repetiu o 4’40’’00 que fez naquela edição, nem mesmo com os trajes tecnológicos. Ela teve um ciclo olímpico difícil para 2008, conquistou o índice na última tentativa, e conseguiu igualar a marca, nadando para 4’40 pela primeira vez desde então, e terminou em 17o.
Para 2012 teve um ciclo olímpico melhor, sobretudo depois da mudança do Minas Tênis Clube para o Flamengo, treinada desde a metade do ano passado por Roseana Carneiro. Ela, que chegou a dizer que nunca mais nadaria o 400 medley, voltou a nadar a prova, foi medalha no PAN de Guadalajara, e conquistou o índice no final do ano passado, importante para conseguir focar a preparação este ano já nas Olimpíadas. Em Londres, Joanna está bem para superar sua melhor marca da carreira. Para entrar na final, no entanto, provavelmente precisará baixar entre quatro e cinco segundos, dado o grande número de atletas nadando na casa de 4’35-4’37.
Já Thiago Pereira se manteve em altíssimo nível e, desde então, esteve em todas as finais do 200 medley
nas grandes competições, e é um dos melhores do mundo na prova – que, aliás, é uma das mais fortes no mundo hoje. O que falta para ele é uma medalha em grandes competições. Depois do Mundial de Roma, onde terminou em quarto no 200 e 400 medley, Thiago foi para os EUA treinar com Dave Salo, do Trojan Swim Club. Não gostou do resultado no Mundial de Shangai, onde mais uma vez passou entre os três primeiros até a última virada e acabou perdendo rendimento, e se juntou ao PRO-16, passando a treinar junto com César Cielo com o técnico Albertinho.
No Maria Lenk deste ano, Thiago fez uma bela prova e conseguiu fechar melhor a parcial de crawl, mas ainda pode melhorar mais. Chega a Londres com a tarefa duríssima de conseguir um lugar no pódio do 200 medley, que além de Ryan Lochte e Michael Phelps, tem o fortíssimo húngaro Lazslo Cseh, que já bateu inclusive Lochte várias vezes. A prova de amanhã, o 400 medley, não é a especialidade de Thiago – ele deve classificar tranquilamente para a final, mas pódio é muito difícil.
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