Quando Thomaz Bellucci não defendeu os pontos referentes à semifinal do Masters 1000 de Madrid em maio, viu seu ranking despencar e amargou a 80ª colocação no final de junho. Algumas derrotas inesperadas em estreias, viradas por falta de foco e maus resultados resultaram na mais baixa classificação do paulista desde o segundo semestre de 2009. Dessa forma, Bellucci terá que disputar qualificatórios se quiser jogar os Masteers norte-americanos em quadra dura após as Olimpíadas.

Bellucci venceu um top 10 pela 5ª vez
Em busca de pontos preciosos para voltar a subir, o melhor tenista brasileiro da atualidade deu um passo atrás e – com o perdão do dito popular – conseguiu dar muitos adiante. Ele voltou aos torneios de nível challenger e ficou com o título no saibro de Braunschweig. Ao contrário do ano passado, se inscreveu na gira europeia sobre a terra batida e colheu ótimos frutos. Semifinal no ATP 250 Stuttgart na última semana e o bicampeonato do ATP 250 de Gstaad, na Suíça. Se olharmos o ranking agora, veremos Bellucci de volta ao top 40.
A campanha na Suíça foi impecável. Passou por tenistas fortes como Blaz Kavcic, Mikhail Youzhny, Feliciano López, Grigor Dimitrov e Janko Tipsarevic, número 8 do mundo e que o havia eliminado em Stuttgart. Foi sua quinta vitória sobre um tenista do top 10. O saque foi o ponto forte do brasileiro durante toda a campanha. Quando a primeira bola entra, Bellucci vai pra cima e busca concluir o ponto. Outra mudança em seu jogo foi a questão da paciência para decidir. Antes muito afoito, agora ele aguarda o momento certo de ir para o winner e também deixa o adversário errar, o que é importantíssimo em torneios desse nível.
Seu técnico, o argentino Daniel Orsanic, colocou na equipe de viagem Carla Di Pierro, uma psicóloga que tem acompanhado o tenista de perto. Coincidência ou não parece ter dado certo. O lado mental após perder um game de serviço, um set, um ponto bobo ou desperdiçar uma chance fácil, parece ter evoluído muito e seria de fundamental importância continuar assim.

Monaco vence em Hamburgo
Aos 24 anos, Bellucci chega ao terceiro título de nível ATP em sua quarta decisão, todos da categoria 250. Venceu Gstaad em 2009 e Santiago em 2010. Também perdeu a decisão do Brasil Open de 2010. Gustavo Kuerten, com 20 – incluindo três Grand Slam e cinco Masters 1000, é indiscutivelmente o mais vitorioso na Era Aberta do esporte. Luiz Mattar levantou 7 canecos em onze decisões, mas seis deles dentro do Brasil. Fernando Meligeni também possui três títulos de 250, mas disputou seis finais e acumula uma semifinal de Roland Garros no currículo. Foi o 37º troféu brasileiro em torneios de primeira linha e Bellucci tem muito jogo e muito chão para aumentar esse número.
Raquetadas – Nos outros torneios da semana, destaque para Juan Monaco. O argentino ficou com a taça do ATP 500 de Hamburgo e, aos 28 anos, entra pela primeira vez no top 10. Nas duplas, o brasileiro Rogério Silva entrou de última hora e ficou com o vice ao lado do espanhol Daniel Muñoz de La Nava. Em Atlanta, Andy Roddick mostrou que ainda tem lenha pra queimar e, onze anos depois do primeiro título, conquistou o bicampeonato do torneio.
Guilherme Daolio é Jornalista e Radialista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Apaixonado por tênis por influência de seu pai, acompanha o esporte desde pequeno. No momento em que Djokovic, Federer e Nadal polarizam as quadras, Guilherme arrisca suas raquetadas por aqui. Novidades, projeções, análises, informações, apostas e tudo que envolva a bolinha amarela vira assunto.
O nosso colunista já passou pela Rede Record e pelo Portal IG. Hoje é editor de texto da ESPN Brasil e louco por tênis.
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