Andy Murray cumpriu o que sempre se esperou dele e saiu vitorioso de uma decisão na quadra central do All England Club. É verdade que houve um pequeno atraso de quatro semanas, mas isso não tira o brilho da medalha dourada que está em seu peito agora. E, convenhamos, não havia adversário mais perfeito para o britânico neste domingo do que Roger Federer. O maior tenista da história, líder do ranking mundial, heptacampeão na grama sagrada e maior vencedor sobre a grama de todos os tempos.

Federer, Murray e Del Potro ficaram com as medalhas
A vitória veio de forma arrasadora. Assim como havia feito na final de Wimbledon por um set e meio, Murray foi muito superior a Federer e dominou as ações. É verdade que o suíço não estava em seus melhores dias e o forehand, um de seus golpes mais mortais, não estava calibrado, mas o escocês soube encontrar o caminho para o lugar mais alto do pódio e utilizar a força da torcida a seu favor. Três fulminantes sets a zero: 6-2, 6-1 e 6-4.
Para conseguir o que nem o próprio Roger Federer conseguiu, Murray mostrou mais uma vez algumas mudanças em seu jogo. A parte técnica continua muito parecida e o talento dele nunca foi discutido. Mas aquilo que nem todos veem é que faz a diferença em grandes momentos como esse. Murray hoje consegue se equilibrar mentalmente dentro de quadra, alternar agressividade com paciência e, pasmem, tirar o adversário do sério. Ele está, definitivamente, entre os grandes do tênis.
Menos de duas horas depois de ter alcançado o maior título da carreira, Murray voltou à quadra para a decisão das duplas mistas. Ao lado da compatriota Laura Robson, o britânico fez o que pôde, mas parou na forte dupla bielorrussa formada pelo experiente Max Mirnyi e pela número um do mundo Victoria Azarenka: 2-6, 6-3 e 10-8. Murray saiu cabisbaixo de quadra, mas não precisava. Para quem tinha um bloqueio diante de sua torcida, um ouro e uma prata não caíram nada mal neste domingo.

Venus e Serena: parceria tricampeã olímpica
Na disputa pela medalha de bronze, Juan Martín Del Potro jogou muito, bateu Novak Djokovic e coroou sua melhor semana em uma quadra de grama. Disputando as Olimpíadas pela primeira vez, o argentino anotou 7-5, 6-4 e chorou em quadra. De quebra, garantiu a primeira medalha argentina em Londres. Djokovic, que havia sido bronze em Pequim, não conseguiu desenvolver seu tênis e defender o pódio de quatro anos atrás.
Duplas – Na decisão das parcerias femininas, tricampeonato olímpico para Serena e Venus Williams. As irmãs norte-americanas mostraram mais uma vez que na quadra de grama são praticamente imbatíveis e repetiram o feito de Sidney-2000 e Pequim-2008. Elas bateram as tchecas Andrea Hvalackova e Lucie Hradecka por duplo 6-4 e agora cada uma tem nada menos que quatro medalhas olímpicas. Um recorde. O bronze ficou com a Rússia. Maria Kirilenko e Nadia Petrova bateram Liezel Huber e Lisa Raymond.
Guilherme Daolio é Jornalista e Radialista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Apaixonado por tênis por influência de seu pai, acompanha o esporte desde pequeno. No momento em que Djokovic, Federer e Nadal polarizam as quadras, Guilherme arrisca suas raquetadas por aqui. Novidades, projeções, análises, informações, apostas e tudo que envolva a bolinha amarela vira assunto.
O nosso colunista já passou pela Rede Record e pelo Portal IG. Hoje é editor de texto da ESPN Brasil e louco por tênis.
1 Comentário
Maria Fernanda
Pareceu que o Federer entregou!
08 ago 2012 12:08 pm (@Twitter)
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