Uma semana diferente para o tênis brasileiro. Thomaz Bellucci, nosso número um a tanto tempo, finalmente conseguiu um resultado de destaque no final da temporada. Em quatro anos jogando os maiores torneios do circuito, ele jamais havia tido bom desempenho nos últimos meses do ano.

Bellucci ficou com o vice em Moscou

Atuando em Moscou, Bellucci entrou como cabeça de chave número quatro. Estreou diretamente nas oitavas e despachou com autoridade o italiano Flavio Cipolla. Nas quartas superou os fortes saques do polonês Jerzy Janowicz e conseguiu segurar os serviços indefensáveis do gigante croata Ivo Karlovic na semifinal. Pela primeira vez na carreira havia alcançado uma decisão em quadras rápidas.

Com o saque afiado e as devoluções profundas e agressivas, Belluci levou a primeira parcial da decisão contra o italiano Andreas Seppi. No segundo set sacou duas vezes para o título, mas a cabeça atrapalhou e foi batido no tiebreak. Com dores no ombro e mentalmente mais fraco que o adversário, sucumbiu na terceira parcial e ficou com o vice.

Poderíamos discutir as falhas mentais e a afobação na hora de fechar a partida, mas o que vale é a grande campanha no torneio russo. Bellucci não gosta de quadras rápidas como as de Moscou. Apesar de seu jogo ter características para este tipo de piso, ele não consegue a adaptação necessária e dificilmente vence duas seguidas, ainda mais em ginásios cobertos. Destaque para a chuva de aces que disparou na semana e para a paciência nos pontos importantes.

Nesta semana joga na Basiléia e se passar pelo bom japonês Go Soeda, pode ter a oportunidade de enfrentar Roger Federer em sua terra natal. Com vitórias na Suíça, no Masters 1000 de Paris e no Challenger Finals em São Paulo, pode tentar uma vaga como cabeça de chave no Australian Open do ano que vem. Seria importantíssimo e brilhante se levarmos em conta como começou o segundo semestre.

Melo e Soares triunfaram em Estocolmo

Mineiros – As duplas continuam, semana após semana, trazendo ótimos resultados para o Brasil. Marcelo Melo e Bruno Soares se juntaram novamente e faturaram o ATP 250 de Estocolmo com grande campanha. Foi o décimo título de Melo e o nono de Bruno, o que os coloca como os maiores vencedores nacionais, ao lado de Cássio Motta e Carlos Kirmayr. Com certeza os dois se isolarão na liderança. André Sá se juntou a o britânico Jamie Murray e fez semifinal no ATP 250 de Viena. Já João Souza e Marcelo Demoliner faturaram o challenger do Rio de Janeiro na quarta final consecutiva da dupla. Feijão entra para o top 80 e Demoliner para o top 120. Mais uma nova safra de bons duplistas aparecendo. Que ótimo!

Guilherme Daolio é Jornalista e Radialista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Apaixonado por tênis por influência de seu pai, acompanha o esporte desde pequeno. No momento em que Djokovic, Federer e Nadal polarizam as quadras, Guilherme arrisca suas raquetadas por aqui. Novidades, projeções, análises, informações, apostas e tudo que envolva a bolinha amarela vira assunto.

O nosso colunista já passou pela Rede Record e pelo Portal IG. Hoje é editor de texto da ESPN Brasil e louco por tênis.