Há dois anos, Novak Djokovic iniciava sua espetacular arrancada rumo ao primeiro lugar do ranking mundial. Foi vice-campeão do US Open, faturou a taça em Pequim, fez semifinal em Xangai, final na Basiléia e no Masters Finals. De quebra faturou a Copa Davis com a Sérvia. Daí em diante todos já sabem a história. Série incrível de vitórias, títulos em todos os torneios até Roland Garros e um pouco mais tarde alcançou o tão sonhado – e até então inesperado – número um.
No ano passado, Roger Federer fez semifinal no Us Open, levantou o caneco na Basiléia, repetiu o triunfo no Masters 1000 de Paris e ainda faturou o Masters Finals em Londres. Começou 2012 e o suíço continuou embalado, fez grandes campanhas nas quadras duras, foi bem no polêmico saibro azul e hoje é novamente o número um do mundo, contrariando aqueles que cravavam sua aposentadoria precoce.
Nesta temporada quem está se destacando é Andy Murray. No início do ano a parceria com Ivan Lendl demorou um pouco a engrenar, mas quando os dois se acertaram o britânico decolou. Após alcançar a final de Wimbledon e vencer o primeiro set diante de Federer, Murray foi campeão olímpico em Londres, conquistou seu primeiro Grand Slam no US Open, fez semifinal em Tóquio e neste domingo perdeu cinco match points contra Djokovic na decisão do Masters 1000 de Xangai.
Ainda teremos pela frente o ATP 500 da Basiléia, o Masters 1000 de Paris e o Masters Finals em Londres. Com a contusão de Nadal, Murray já assumiu o terceiro lugar no ranking mundial. Ninguém aqui está falando que o escocês chegará ao topo da lista, até porque a distância para Federer e Djokovic ainda é enorme, mas que Murray tem talento e está em evolução constante é indiscutível.
Na final em Xangai, perdeu para Djokovic na parte mental. Mas se compararmos aquele Murray no eterno quarto lugar do ranking e conformado sempre em parar nas semifinais dos grandes torneios com o tenista de hoje, é notável o quanto cresceu como atleta. Sem dúvida há a mão de Lendl nesse crescimento, mas há também um amadurecimento natural do próprio. Amadurecimento esse que Djokovic, por exemplo, passou duas temporadas atrás.
Nos confrontos diretos, Murray tem vantagem diante de Federer e pequena desvantagem para Djokovic. Com Nadal ele ainda está bem atrás, mas nos últimos tempos conseguiu fazer frente aos até então intocáveis do tênis mundial. Já incomoda e muito o trio de ferro. Não há dúvida que hoje todos estão de olho em Murray.
Raquetadas – Entre as mulheres o ano é mesmo de Victoria Azarenka. A bielorrussa faturou na Áustria o sexto troféu da temporada e parece que só Serena Williams pode incomodá-la. O problema é que a norte-americana joga poucos torneios por ano e seu físico já não suporta um calendário tão cheio quanto o da líder do ranking. Em Estocolmo, nessa semana, Thomaz Bellucci tem talvez a maior chance de anotar sua primeira vitória desde a Copa Davis. Com uma boa chave pela frente, pode alcançar as quartas de final no ATP 250 sueco. Nos resta torcer.
Guilherme Daolio é Jornalista e Radialista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Apaixonado por tênis por influência de seu pai, acompanha o esporte desde pequeno. No momento em que Djokovic, Federer e Nadal polarizam as quadras, Guilherme arrisca suas raquetadas por aqui. Novidades, projeções, análises, informações, apostas e tudo que envolva a bolinha amarela vira assunto.
O nosso colunista já passou pela Rede Record e pelo Portal IG. Hoje é editor de texto da ESPN Brasil e louco por tênis.
Deixe um comentário