O vice-campeonato do ATP 250 de Viña del Mar pode parecer pouco para quem tem no currículo sete taças em Roland Garros e é considerado o melhor tenista de todos os tempos sobre o saibro. Mas para Rafael Nadal, a semana beirou a perfeição.
O espanhol ficou mais de sete meses afastado por conta de séria lesão no joelho esquerdo e não atuava desde a segunda rodada de Wimbledon, em junho passado, quando foi eliminado pelo tcheco Lukas Rosol. Após adiar a volta por muitas vezes, Nadal finalmente retornou ao circuito na gira latino-americana de saibro, seu piso predileto e que menos força seu joelho. O Chile foi sua primeira parada.
Nadal entrou diretamente na segunda rodada e passou tranquilamente por Frederico Delbonis, Daniel Gimeno-Traver e Jeremy Chardy. Na decisão perdeu um pouco o ritmo e encontrou um corajoso Horacio Zeballos, que exigiu seu máximo em quase três horas de jogo e, com méritos, conquistou seu primeiro título de nível ATP, aos 27 anos. Para valorizar mais ainda o feito de Zeballos, que nada tem a ver com um dia ruim de Nadal, apenas Roger Federer e Novak Djokovic o haviam vencido em decisões no saibro.
Mais importante do que qualquer troféu, foi ver Rafa se movimentando muito, distribuindo suas famosas passadas, destruindo seus adversários com o conhecido top spin debackhand e mudando bastante seu estilo de jogo. Em busca de encurtar os pontos, o espanhol foi muito mais agressivo e trocou as longas trocas de bola por winners exuberantes e saque agressivo. Claro que a falta de ritmo atrapalhou em muitos momentos, mas jogar tênis é igual andar de bicicleta, quando se aprende nunca mais se esquece.
Em busca da melhor adaptação, Nadal também participou da chave de duplas ao lado do amigo Juan Monaco e os dois
ficaram com o vice. Aos 26 anos, Rafael Nadal acumula números impressionantes na carreira. São onze taças de GrandSlam, sendo sete em Roland Garros, duas em Wimbledon, uma no Australian Open e outra no US Open, além do ouro olímpico em Pequim-08. No total tem 50 troféus, 36 no saibro. É considerado o maior de todos os tempos no piso lento por conta de seu retrospecto invejável de 257 vitórias e agora 20 derrotas, sendo apenas 10 delas de 2005 para cá. Mais de 93% de aproveitamento.
Nesta semana, ele estará em São Paulo para participar do Brasil Open e tentar repetir o título de 2005, ano que despontou no circuito mundial. Ele deve estrear na quarta-feira na chave de simples. Se tiver fôlego, jogará a chave de duplas ao lado de David Nalbandian. O Esporte Em Pauta acompanhará in loco o maior torneio de tênis do Brasil.
Guilherme Daolio é Jornalista e Radialista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Apaixonado por tênis por influência de seu pai, acompanha o esporte desde pequeno. No momento em que Djokovic, Federer e Nadal polarizam as quadras, Guilherme arrisca suas raquetadas por aqui. Novidades, projeções, análises, informações, apostas e tudo que envolva a bolinha amarela vira assunto.
O nosso colunista já passou pela Rede Record e pelo Portal IG. Hoje é editor de texto da ESPN Brasil e louco por tênis.
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