Inspirada pela lista elaborada pelo sempre impecável Mike Gustafson, coloco aqui os dez momentos que mais me marcaram na natação este ano. Não são necessariamente os melhores resultados ou os mais expressivos, mas os que mais me tocaram de alguma maneira:
10. O sorriso de Missy Franklin atrás da baliza
Ela tem 17 anos. É campeã mundial. É campeã olímpica. E não só está sempre sorrindo, como literalmente sorri quando está ATRÁS da baliza, prestes a nadar uma final olímpica (!!). Muito legal também o abraço dela com a carismática Elizabeth Beisel depois do 200 costas. Missy, como não amar.
9. Surpresa de Ruta e volta por cima de Soni
Ruta Meilutyte foi não só a maior surpresa da natação nas Olimpíadas de Londres, como uma das maiores de todo a edição dos Jogos. Ela, que não figurava nem entre as 20 melhores do mundo no ano, fez eliminatória, semifinal e final impecáveis. No pódio, ela misturava uma expressão emocionada e até assustada, se vendo diante de tamanho feito aos 15 anos.
Não deve ter sido fácil para Soni ser derrotada por uma underdog, ainda mais ela, favorita absoluta. Mas alguns dias depois ela tinha o 200 peito. Soni destruiu. Venceu e quebrou a barreira dos 2’20 em uma das provas mais fortes da competição. Uma volta por cima com estilo.
8. Ryan Lochte e Phelps comemorando título de Adrian
Ryan Lochte e Michael Phelps estavam no balizamento se preparando para uma das provas mais aguardadas do ano: a disputa entre os dois no 200 medley. Na piscina, o compatriota Nathan Adrian batia o favorito James Magnussen no 100 livre por um centésimo. Na hora, Lochte e Phelps comemoram (dá para ver Thiago na foto também), e se cumprimentam. #TeamUSA
7. 1500 livre de Sun Yang
Depois de sete dias de competição, o último dia de Olimpíadas é sempre triste, o começo do fim. Mas quem gosta de natação sabia que algo de extraordinário estava reservado para a última prova, e aguardou ansioso que Sun Yang aprontaria no 1500 livre. Quando ele queimou, o Parque Aquático parou de respirar por um instante. Impensável um 1500 sem ele. Recolocado na prova, ele fez outra prova magistral e se emocionou muito na chegada.
6. Medalha de Brendan Hansen
Em 2004 e 2008 ele foi o amarelão, o cara que não aguenta uma final olímpica, o cara que tremia diante de Kitajima. Parou de nadar, voltou, ficou mais leve, lembrou de como nadar tem que ser divertido. E guess what: dessa vez quem ficou sem medalha foi Kitajima. O bronze de Hansen no 100 peito, nadando a final na raia 8, foi lindo. Como ele mesmo disse: You have a lane, you have an opportunity.
5. Homenagem a Dale Oen no Europeu
A morte de Dale Oen em maio foi um choque. Justo ele que tinha protagonizado aquela homenagem linda ao seu país no Mundial de 2011, dias depois da tragédia que aconteceu na Noruega. Foi bonito ver o vídeo em sua memória que abriu o Europeu algumas semanas depois, e os nadadores de seu país nadando com uma touca em sua homenagem. Bonito também o campeão olímpico Cameron van der Burgh ter dedicado seu ouro a ele em Londres – os dois eram amigos e os pais de Oen viram a prova ao lado dos pais de Burgh.
4. Chad Le Clos no pódio do 200 borboleta
Nunca consegui torcer pra qualquer pessoa diferente de Phelps quando ele estava na prova. É o Phelps. Não gostei quando Chad Le Clos ganhou dele por um centésimo, justo no 200 borboleta, justo na despedida, justo repetindo o que Phelps fez com Cavic em 2008. Mas não dá para ficar impassível com a reação de Le Clos na prova e no pódio, segurando o choro após bater seu ídolo – ele já declarou que tinha o vídeo da prova de Pequim em seu computador e a via quase todos os dias.
3. Ariana Kukors conquistando a vaga do 200 medley
Os Trials dos EUA são crueis. Você pode ser o terceiro melhor do mundo e nada feito: fica fora das Olimpíadas se os dois na sua frente são americanos também. Não tem segunda chance, não tem índice: é uma prova só, que define ser parte do time olímpico ou assistir a competição do sofá. Ariana Kukors foi terceira nessa peneira em 2008, e mesmo sendo recordista mundial, sabia que podia ficar fora. A imagem de Kukors chorando ao ver o placar, sua entrevista após a prova, o abraço nos pais e irmãs…
2. Fabíola fazendo o índice
Fabíola já tinha feito o índice ano passado mas por ter testado positivo durante o Evento teste, perdeu a marca. Ficou para a última chance. Com o bloquinho na mão, calada e atenta a tudo, eu estava lá no Maria Lenk torcendo por dentro. Não contive as lágrimas quando o Parque Aquático inteiro gritou depois da chegada, e foi lindo demais ver todas as atletas nas outras raias saindo para abraçá-la, ainda dentro da piscina. Sua entrevista depois da prova também é inesquecível.
1. A prata de Thiago
Mr. Pan quem?
Menção honrosa: Michael Phelps
A natação nunca mais será a mesma. O que faremos sem você?
1 Comentário
Clayton Miranda
Bia adorei os seus 10 momentos mais marcantes.
Em particular a vitória do Chad Le Clos nos 200 golfinho.
Tive exatamente a mesma reação, no primeiro momento espanto e triteza, mas depois alegria de ter sido ele, um nadador simples e dedicado. Afinal, a fila anda, mas é imperativo que não esqueçamos os que foram diferenciados,
Fica aí uma sugestão para uma entrevista com o Ricardo Prado.
Excelente 2013.
13 jan 2013 06:01 pm (@Twitter)
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