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  • Uma vida dedicada ao salto triplo

    23/11/2012 por Beatriz Nantes em Atletismo, Memória / Sem comentários

    Dentro e fora das pistas, a vida de Nelson Prudêncio foi marcada pelo salto triplo. Prova que já deu seis medalhas olímpicas ao Brasil, – duas do próprio Prudênio, uma prata no México em 1968 e um bronze em Munique em 1972 – o salto triplo tinha no ex-atleta um dos maiores especialistas do país. PhD desde 2006, depois de cinco anos de pesquisa sobre a técnica do salto triplo, o medalhista olímpico lecionava na UFSCar na disciplina de Teoria do Treinamento Esportivo e Fundamentos das Atividades Atléticas.

    Prudêncio morreu nesta sexta-feira, vítima de um câncer de pulmão que descobriu há cerca de um mês. O medalhista olímpico morreu em São Carlos aos 68 anos, deixando dois filhos e esposa. 

    Quando chegou à Cidade do México, em 1968, o Brasil já tinha tradição na prova, com dois ouros olímpicos conquistados por Adhemar Ferreira da Silva, em 1952 e 1956. Na ocasião, aos 24 anos, Prudêncio protagonizou uma das finais mais equilibradas da prova em todos os tempos, com nove quebras de recorde mundial em quatro horas – uma delas pelo brasileiro.

    “Eu não estava preparado para aquilo. Pensei: ‘quem sou eu para ser recordista mundial?’. Tinha ido lá para bater o recorde brasileiro, que era de 16,56 m. Desmoronei emocionalmente”, disse Prudênio em entrevista ao UOL em junho deste ano. Antes dos Jogos, o recorde mundial era de 17,03m. Prudêncio chegou a saltar 17,27m, mas foi superado pelo soviético Viktor Saneyev, que saltou 17,37m, conquistando o ouro. O brasileiro foi prata.

    Quatro anos depois, Prudênio seria bronze, em prova novamente vendida pelo soviético, que se tornou bicampeão olímpico. Prudêncio conquistou a medalha apenas no últomo de seis saltos, marcando 17,05m. O alemão Jorg Drehmel foi prata. Nos Jogos de 1976, em Montreal, Prudêncio chegou a participar da prova, mas não passou das eliminatórias. O Brasil, no entanto, esteve no pódio com João do Pulo, que terminou em terceiro lugar, em prova novamente vencida por Saneyev, carrasco dos brasileiros.

    PhD
    Em 2006, Prudêncio concluiu uma pesquisa de cinco anos sobre a técnica do salto triplo, com tese intitulada “Salto triplo: o sistema de preparação do desportista – da detecção à promoção do talento“, defendida na Unicamp. Ele se motivou pela falta de grandes atletas após três gerações consecutivas de medalhistas olímpicas na prova. De acordo com a entrevista ao UOL, na época os atletas foram produto do acaso, sem sistematização, algo que buscou com seus estudos.

    “Que atleta conhece de bioquímica, biomecânica? Este trabalho funciona como um direcionamento. Cada prova tem sua demanda. Procurei deixar indicadores que possam contribuir para o rendimento do atleta”, afirmou na entrevista.

     

     

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