Por Guilherme Giorgi Costa
Era o primeiro dia da Olimpíada de Sydney e a única chance real de medalha do Brasil era o revezamento 4x100m da natação. O ouro e a prata todos sabiam que iam ficar com EUA e Austrália e a briga pelo bronze iria ser dura. Tinha pelo menos uns cinco na briga.
O cinco virou quatro nas eliminatórias. A Holanda, que tinha uma equipe muito boa, foi desclassificada e vi uma entrevista do Xuxa, nosso Fernando Scherer, dizendo que ali o Brasil ganhou a medalha, já que os holandeses eram os mais fortes candidatos ao bronze. O Brasil nadou tranquilo as eliminatórias, passou em quinto.
Na final, a TV estava focada, claro, na briga pelo ouro entre Austrália e EUA. A distância era tanta que quando fechava o quadro, só se via os nadadores dos dois países, o resto nem aparecia na TV. Nos últimos 50m, o Brasil estava em quinto e Edvaldo “Bala” Valério na água.
A TV focada na briga pelo ouro e eu, querendo ver uma medalha do Brasil, não tinha como saber como estava a equipe brasileira.
Quando os australianos tocaram na frente, para o delírio de todo Complexo aquático em Sydney, a câmera de TV abriu o plano e aí deu para ver o Edvaldo na frente dos alemães, italianos e suecos e batendo em terceiro.
O Brasil era bronze. E, esse mais que do que nunca, foi um bronze com sabor de ouro. E para mim, melhor ainda. É a primeira medalha olímpica do Brasil que lembro de ter visto já que na Olimpíada de Atlanta pouco me lembro, tinha apenas seis anos.
Deixe um comentário