Difícil falar de apenas um momento inesquecível. Lembro de, em 2000, assistindo às façanhas de Thorpe, ter me despertado o espírito olímpico pela primeira vez.

Lembro em 2004, já com 15 anos, durante 2 semanas eu chegando do colégio e ligando a TV antes mesmo de tirar a mochila das costas, para assistir ao esporte que fosse.

Nessa mesma edição, nunca esquecerei da prova de maratona masculina, em que assisti todos os passos de Vanderlei Cordeiro de Lima e sua liderança até o 36º quilômetro, quando foi atacado pelo irlandês… e do meu desespero. Eu gritava em casa indignada: “Mãe, vem ver o absurdo!”, “Corre, corre”. Se ele tivesse vencido aquela prova, acho que eu não teria me emocionado tanto, como me emocionei ao vê-lo comemorando o injusto bronze. Eu chorei com a minha mãe de raiva, de orgulho.

Em 2008, assistir aos Jogos foi diferente. Foi um ano em que treinei junto de vários dos atletas olímpicos, respirei o ar e a tensão pré classificatória, acompanhei a evolução e a expectativa de toda uma equipe, sonhei em estar em Pequim. Por estar mais envolvida, não torcia só pelos nadadores brasileiros, torcia pelos meus colegas, meus amigos, minhas “roomates”.

Então, acho que a Olímpiada de 2008 foi a que mais me marcou, no geral. Não só pelo ouro inédito e emocionante de Cielo, pelos 8 ouros de Phelps, pela “decepção” da ginástica, pela redenção do vôlei feminino. Mas principalmente, por me sentir fazendo parte daquilo tudo.

Carolina Moncorvo é nadadora e redatora do blog Swim Brasil, que faz parte do site Swim Brasil, que vende artigos para natação: http://swimbrasil.com.br/loja/