Faz tempo que o revezamento 4×100 livre masculino reserva grandes emoções nas principais competições mundiais. Sidney 2000 e Ian Thorpe ganhando para a Austrália na batida. Atenas 2004 e o ineditismo sulafricano. Sidney 2008 e a recuperação surreal de Jason Lezak. Londres 2012 e a revanche francesa. O Mundial de 2013 em Barcelona entra nesse rol, e mais uma vez favorável à França.
Os russos chegaram ao Mundial com status parecido dos australianos às Olimpíadas de Londres: favoritos, com quatro atletas no top 6 do ranking mundial do 100 livre este ano. Um time de jovens, liderado por Vladimir Morozov. Mas é difícil descartar EUA em qualquer revezamento que seja, e a França vinha muito forte, além da própria Austrália, que passou por uma renovação e buscava um pódio após o frustrante quarto lugar em Londres.
Quem abriu para a França foi o protagonista da virada das Olimpíadas: Yannick Agnel. Mas ele não foi bem: abriu apenas em sétimo (48”76), atrás até mesmo do Brasil, com Nicolas Oliveira abrindo para 48”72 (o mesmo tempo que ele fez no Maria Lenk e empatou com Fernando Ernesto…). Nathan Adrian colocava os EUA na frente com um bom 47”95, cinco centésimos à frente de James Magnussen, que mais uma vez ficou aquém do potencial mostrado ao longo da temporada.
Cameron McEvoy foi bem e colocou a Austrália na liderança, enquanto a Russia tentava se recuperar com Lobintsev. Vendo as parciais, o revezamento russo foi muito forte: ninguém nadou acima de 48”0, e Morozov nadou muito bem para 47”40.O mesmo para a Austrália: ninguém nadou acima de 48”0, mas ningúem nadou abaixo de 47”4.
O que faltou foi alguém para desequilibrar, como houve na França, que mesmo com o parcial fraco de Agnel, começou a buscar com Manaudou (47”93) e principalmente com Fabien Gilot, com um parcial fantástico de 46”90, o melhor da prova. Os EUA continuavam na frente neste momento, depois de um parcial muito bom de Anthony Ervin, que na seletiva de imprensa falou da sensação de estar de volta dez anos depois em Barcelona para um Mundial, e comemorou a adrenalina que pode sentir novamente na hora da prova.
Os últimos 100 metros foram sensacionais, com uma briga até o último metro para ver quem levaria. Jeremy Stravius ficou um pouco à frente faltando 5 metros, para delírio da torcida – está difícil calcular se há mais espanhois ou frances aqui, tamanha a festa sempre que um atleta da França entre na piscina. James Feigen manteve os EUA em segundo mas por pouco não deixa a prata escapar para a Rússia, que fechou melhor (48”23 contra 48”04 de Lobintsev). Stravius fez 47”59. Festa francesa na piscina, e especialmente no momento do pódio: veja a torcida cantando em coro a Marsellesa.
O Brasil terminou em sétimo, uma posição abaixo da eliminatória. As parciais foram Nicolas Oliveira (48”72), Fernando Ernesto (48”98), Vinícius Waked (49”19) e Marcelo Chierighini (47”56) – a quarta melhor dentre todos os concorrentes. O 100 livre promete.
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